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Feira Medieval no Convento das Virtudes

Corte e plebe reunidos no monumento que vai ser recuperado em breve

A Feira Medieval das Virtudes, em Azambuja, voltou a ocupar o terreiro junto ao mosteiro. O presidente da câmara ouviu os rogos lançados por frades franciscanos e anunciou obras de remodelação do monumento. Ver Vídeo: http://www.omirante.pt/omirantetv/noticia.asp?idgrupo=2&IdEdicao=51&idSeccao=514&id=24286&Action=noticia

D. Manuel Sampaio e D. Maria de Abreu, representantes do reino de D. João I, fazem a entrada triunfal. Seguidos da corte. O Convento das Virtudes, freguesia de Aveiras de Baixo, concelho de Azambuja, como pano de fundo. E para animar a festa medieval, malabaristas, tocadores e lutas medievais com guardas armados a rigor.A pequena aldeia recebeu no domingo a feira medieval e visitantes do concelho e de fora. A tradição começou há 15 anos com uma cerimónia para assinalar a passagem de Cristovão Colombo pelo concelho. Cerca de meia centena de pessoas colabora com a organização que conta com o apoio do Ministério da Educação. As especiarias da época, confeccionadas por doceiras da terra que todos os anos colaboram com a Associação Cultural e Recreativa de Virtudes, foram os produtos mais procurados. Maria de Fátima Lopes, 49 anos, vestida de branco imaculado vende bolos secos com a neta ao colo que se vai deliciando com pedaços enquanto a “plebe” espera pela ordem de entrada. Cagalhotas, bolinhos de frutos secos e orelhas de abade à disposição dos amantes de iguarias de outros tempos.Sílvia Ferreira, 24 anos, senta-se no lugar cimeiro da mesa onde é servido o repasto à corte. Tem pose real, não fosse esse o papel que encarna vai para cinco anos. É licenciada em turismo e na feira medieval “D. Maria de Abreu” sente-se em casa. E é com orgulho que desfila nas cercanias do mosteiro e participa nos eventos da terra. “Ao contrário de muitas pessoas da minha idade não escondo de onde sou”, diz com convicção. O companheiro de corte, D. Manuel Sampaio, é um apaixonado por história que delira com as recriações como as que acontecem nas Virtudes. Na vida real é Rodrigo Pereira, 24 anos, um guardião da Igreja Matriz de Azambuja dos tempos modernos, explica enquanto revolve o anel de diamantes digno de um nobre como o que encarna.O superior do convento de Santa Maria das Virtudes, padroeira da terra, apelou a D. Manuel e D. Maria que intercedessem junto de D. João I a favor de melhoramentos na casa para acolher condignamente todos os peregrinos e forasteiros.“As paredes apresentam rachas e ameaçam ruir, o último temporal fez estragos na cobertura e todo o recinto tem que ser reparado. Desejamos que no próximo ano da era do senhor, por esta altura possamos ter esta casa mais acolhedora, mais segura e mais bonita”, roga o frade. Obras anunciadasO presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Joaquim Ramos, foi sensível aos rogos de frades franciscanos e anunciou obras para o monumento. O mosteiro vai ser integralmente recuperado. A câmara já lançou concurso público de concepção/ construção para a obra e está neste momento em fase de apreciação das propostas. O autarca explica que só estão a participar no concurso empresas da área da recuperação de monumentos. A empresa vencedora será responsável por apresentar o projecto de recuperação do mosteiro. A obra prevê ainda a requalificação da zona envolvente com um terreiro, na zona onde se realiza a feira medieval, e espaços ajardinados. Em Janeiro deste ano o monumento passou a ser propriedade da Câmara Municipal de Azambuja depois de um longo processo de negociações com a antiga proprietária. A obra está orçada em 500 mil euros e vai ser financiada pela Empresa Municipal de Infra-estruturas de Azambuja. O investimento, que se enquadra no pacote de compensações aos municípios do Oeste por causa do afastamento do aeroporto, prevê ainda uma comparticipação comunitária entre 50 a 70 por cento.

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