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Promessa de 400 postos de trabalho falhou em Vialonga

Promessa de 400 postos de trabalho falhou em Vialonga

Centro de distribuição brasileiro prometeu 400 empregos mas só tem dois funcionários

APEX Brasil anunciou a instalação de 150 empresas e a criação de 400 postos de trabalho. Dois anos depois trabalham no centro um gestor operacional e uma assistente administrativa. A presidente da Câmara de Vila Franca vai pedir explicações ao Ministério da Economia.

Um gestor operacional e uma assistente administrativa são as únicas pessoas que encontramos a trabalhar no Centro de Distribuição de Produtos Brasileiros em Portugal, localizado no Quintanilho, em Vialonga, no concelho de Vila Franca de Xira. O centro foi inaugurado com pompa e circunstância há dois anos e na altura foi anunciada a instalação de 150 empresas e a criação de 400 postos de trabalho. A informação foi avançada pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil (APEX) que promove os produtos e as empresas brasileiros em vários pontos do globo.Adolfo Reis, gestor operacional do centro, explicou a O MIRANTE que o centro está a trabalhar “a meio gás”, com cerca de 20 empresas, e que o seu modelo de funcionamento irá ser revisto. “Pode ser um projecto muito benéfico para os dois países”, referiu.O gestor adiantou que está prevista a abertura de duas unidades em Ourém que vão criar dezenas de postos de trabalho, mas considerou “absurdo” que alguém tenha prometido 400 postos de trabalho em Vialonga. As instalações arrendadas numa zona de localização empresarial têm dois cais para cargas e descargas e uma área de 1.500 metros quadrados para logística onde era impossível trabalhar tanta gente.Adolfo Reis mostrou-se disponível para dar mais esclarecimentos depois da Cimeira Brasil-Portugal, que vai decorrer a 28 de Outubro, em Salvador da Baía, no Brasil e onde representantes dos dois países vão analisar esta e outras questões ao mais alto nível.Entretanto a presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira anunciou que vai pedir esclarecimentos à APEX e ao Ministério da Economia. Maria da Luz Rosinha (PS) reagiu a uma intervenção dos vereadores da CDU que na reunião pública do executivo questionaram o alegado “falhanço do projecto” para o Centro de Distribuição de Produtos Brasileiros em Portugal. A edil constatou que o projecto não correspondeu à expectativa criada no momento da inauguração.Os eleitos comunistas temem que a APEX tenha recebido incentivos do Estado português para se instalar e não esteja a cumprir com o acordado. Em matéria de emprego “a montanha pariu um rato”.Maria da Luz Rosinha referiu que o centro de distribuição está a funcionar como ponto de passagem e serviço de ligação com negócios em África”. A edil disse que contactou o proprietário do espaço que assegurou que a APEX está a cumprir com o contrato de arrendamento.Recorde-se que Vialonga foi escolhida entre outras localizações possíveis tendo em conta o preço do aluguer de um espaço com cerca de 1.500 metros quadrados de área construída e a proximidade do aeroporto e do porto de Lisboa. Na altura a APEX -único sócio do Centro de Distribuição de Lisboa -CDL Brasil, Unipessoal Lda. anunciou um investimento de 280 mil euros. A sociedade com sede das Amoreiras, Lisboa, tem um capital social de 50 mil euros e foi criada para promover o apoio às empresas brasileiras na exportação para Portugal e países com ligações económicas e comerciais com as empresas portuguesas.O Centro de Distribuição de Produtos Brasileiros de Lisboa deveria acolher empresas de acessórios de piscinas, alimentos industrializados, rações para animais, artigos desportivos, peças de automóveis, brinquedos, cachaça, cafés, moda, construção civil e equipamentos médicos e hospitalares. O centro tinha como alvos o mercado ibérico e o africano. A APEX já tem a funcionar três centros de distribuição de produtos brasileiros no Dubai, em Miami e em Frankfurt.
Promessa de 400 postos de trabalho falhou em Vialonga

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