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Espaços verdes ganham terreno à construção em Calhandriz

Espaços verdes ganham terreno à construção em Calhandriz

Munícipes consideram que com novas regras do PDM vai ser impossível construir

Preservar a ruralidade e os espaços verdes são prioridades do novo Plano Director Municipal para a freguesia de Calhandriz, em Vila Franca de Xira. Os munícipes queixam-se que é impossível construir se a área mínima exigida for de dois hectares.

“Um casal jovem que queira construir a sua moradia pode tirar da lista a freguesia da Calhandriz e todo o concelho de Vila Franca de Xira”. Quem o diz é Célia Monteiro, uma das pessoas que assistiu no sábado à tarde à discussão da revisão sobre o novo Plano Director Municipal, na sede da Junta de Freguesia de Calhandriz. A jovem arquitecta prossegue dizendo que, independentemente do custo da propriedade, dois hectares requerem uma manutenção que um jovem casal não consegue dar. Além disso outro problema surge: “Como é que é possível dizer às pessoas que, apesar do seu projecto ter entrado nos serviços da câmara a cumprir o PDM isso agora não vale. Porque não houve um período de transição?” O actual PDM aponta para os dois hectares como área mínima para a construção de uma habitação familiar nas zonas rurais, em todo o concelho. Apesar de ser preocupação assumida no novo plano “fazer esforços para que os filhos da terra se fixem nela”, como sublinhou a presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha. A contenção do crescimento urbano é outra das preocupações do documento. Manter as características rurais e preservar o património natural também. “A Calhandriz tem zonas de área verde com forte interesse em preservar”, diz Maria da Luz Rosinha que admite que a vasta zona de reserva agrícola funcione como limitação. Excepção para os 14,5 hectares, situados entre Calhandriz e Loureiro, a única zona de possível alargamento urbano. Este novo plano contempla dois perímetros urbanos que se situam na zona da Adanaia e na zona do Mato da Cruz. Os cerca de cinco hectares destinados à construção de um pavilhão multiusos em Mato da Cruz e que estão na proximidade da empresa ValorSul, podem, segundo a autarca, potenciar a criação de serviços de proximidade e resultar na possibilidade de criação de postos de trabalho e fixação de pessoas.Outra novidade é a criação de aglomerados rurais, que se situam no lugar do Mato, no Casal da Luz, no Mato Forte, no Pardieiro e no Casal dos Galegos. Estes aglomerados, mantendo as suas características de ruralidade, permitem o aproveitamento de habitações devolutas para o desenvolvimento de uma comunidade uni-familiar. Criar condições para a legalização de actividades de restauração na área turística, industrial e social são também aspectos previstos no novo documento. Passa a existir na freguesia da Calhandriz 53 hectares com vocação turística, incluindo algumas quintas. Além dos 700 hectares que já existem para entidades empresariais, logísticas ou industriais foram ainda delimitados mais 190 hectares para reforçar a área disponível para novas actividades económicas. Quanto a novas acessibilidades não existem propostas de novas vias. Apenas o melhoramento das redes viárias já existentes. O vereador do PSD da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Rui Rei, deixou uma sugestão: porque não incluir a EN 10-6, na Rede Rodoviária a reformular, criticando o facto de nada estar previsto no que diz respeito às acessibilidades. Preocupado com as eventuais alterações está o presidente da Junta de Freguesia de Calhandriz, António Salvador. “Esta é a freguesia que mais solo rural tem em todo o concelho. As gentes da Calhandriz lamentam que tenham acabado os espaços para a silvo-pastorícia”. António Salvador alertou ainda que a freguesia necessita urgentemente, além das obras que estão propostas no plano, de um lar de idosos e da cobertura do polidesportivo. Maria da Luz Rosinha respondeu que a infraestrutura para os seniores há muito está prometida. A próxima sessão de esclarecimentos realiza-se sábado, dia 1 de Novembro, na freguesia de Vialonga.Linha de alta velocidade gera protestos“Calhandriz já tem tantas coisas e agora mais o TGV. A paisagem vai ficar destruída e o barulho de 80 comboios diários vai ser insuportável”. Foi desta forma que o presidente da Junta de Freguesia da Calhandriz, António Salvador, mostrou o seu desagrado relativamente ao traçado previsto para a passagem do comboio de alta velocidade (TGV) na freguesia do concelho de Vila Franca de Xira. Também para João Gaspar, deputado na Assembleia da República e presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira, a passagem do TGV pela Calhandriz, bem como por todo o concelho, só vai trazer desvantagens e culpa o poder central. “Aquilo que nós queremos para o concelho não é aquilo que nos deixam fazer. Estamos dependentes de muitas entidades por força da centralização. Temos sido solidários com o país, agora é a vez do país ser solidário connosco”.
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