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Modelos para todos os estilos e idades desfilam no palco do pavilhão de exposições

Modelos para todos os estilos e idades desfilam no palco do pavilhão de exposições

Casa das Peles do Cartaxo mistura peças clássicas com as criações mais arrojadas

Um vestido de noite criado pelo estilista que vestiu a miss playboy portuguesa vai ser apresentado no desfile da Casa das Peles, na noite de 1 de Novembro, no Cartaxo.

Quem disse que um casaco de peles é uma peça intocável? Pode usar-se para ir à discoteca, andar de mota, servir de banco e até proteger da chuva. É isso que quer mostrar a Casa das Peles na passagem de modelos marcada para 1 de Novembro no palco do Pavilhão de Exposições, no Cartaxo. Na noite de sábado a pele “mistura-se com a vida”.O estilista Pedro Batim, das Caldas da Rainha, assina o vestido de noite. O seu nome é geralmente associado ao vestido que desenhou para Carla Matadinho, em 2002 quando ela foi eleita miss playboy portuguesa. “No dia 1 de Novembro quem vai usar a criação do Pedro Batim é uma pessoa comum. Não tem um metro e oitenta de altura nem as medidas de uma miss”, avisa Florbela Silva, uma das administradoras da Casa das Peles, que organiza o desfile. Para ilustrar a diversidade do público a que se destina a Casa das Peles faz questão de alternar nos desfiles, modelos contratados numa agência, com pessoas comuns. Porque nos 800 metros quadrados de espaço de venda cruzam-se também vários estilos. Na casa das peles fazem-se peças por medida. E por isso a filosofia é não evidenciar os modelos convencionais. “Há uma senhora de 80 anos que vai participar neste desfile. Ela saltou de alegria quando lhe disse que poderia participar. O mesmo aconteceu com uma menina de oito anos”. A Casa das Peles tem em média cerca de 1500 modelos. As cores mais básicas são compradas em Portugal. Tudo o que é molde mais arrojado chega de fora. Os elementos da firma, de âmbito familiar, também têm uma palavra a dizer e lançam ideias para desenvolver colecções que têm o toque de vários estilistas e modelistas de Portugal e do estrangeiro. Não só porque o mercado não permite que a empresa pague a 50 estilistas, mas também porque é filosofia da empresa não ficar associada à imagem de um único criador. “Somos completamente transversais. Vamos desde o motard até um casaco de vison passando pelo clássico ribatejano. E por isso temos várias pessoas a fazer”, explica o irmão e administrador, Vitaliano. Há casacos que se usam o ano inteiro. Outros são de abafo e usam-se apenas nos meses mais frios. As cores também diferem. De verão reina o laranja, verde, rosa e azul. O Inverno não vive só de castanho e preto e há quem arrisque bejes, cinzentos e vermelhos.Florbela Silva considera que as pessoas não devem ser reféns de tendências. “Devem usar aquilo que as faz sentir-se bem. Um casaco que veste uma pessoa com o número 38 que é baixa também se adapta bem a uma pessoa alta que veste o 50. E se misturar com umas calças de ganga vai ter um look completamente diferente”, sugere. O espírito é que conta na altura de escolher uma peça. “Ainda há pouco tempo vendi um casaco a uma jovem de 17 anos e dez minutos depois um casaco igual foi comprado por um senhor de 52 anos que era DJ”. Os acessórios também lá estão no Alto do Gaio. À saída pode tomar-se um café e para os apreciadores do néctar da região há garrafeiras com vinhos da zona vitivinícola do Cartaxo. O fado aliado à modaChama-se Deolinda Bernardo e é uma fadista tão versátil e apelativa quanto a colecção da Casa das Peles que vai ser apresentada na noite de 1 de Novembro no Pavilhão de Exposições, durante a Feira dos Santos, no Cartaxo. O desfile “Mistura-se com a vida” vai aliar a moda ao fado, à semelhança do que aconteceu no ano passado. À guitarra portuguesa Luís Guerreiro e à guitarra acústica Sérgio Cosme. Tó Neto na viola. Para ver a partir das 22h30.Ruy de Carvalho usou manto da Casa das Peles em Rei LearNa peça de William Shakespeare “O Rei Lear” o manto usado pelo personagem real, encarnado pelo actor Ruy de Carvalho, foi confeccionado pela Casa das Peles. A empresa normalmente não faz publicidade com figuras públicas por isso não divulgou a parceria que fez por consideração à figura do actor. “É um actor e uma pessoa que é uma mais valia para Portugal e por isso decidimos que iríamos fazer o guarda-roupa. Mas nunca nos quisemos colar à imagem de ninguém”, explica a administradora, Florbela Silva. As peles usadas pelos guerreiros também foram confeccionadas pela empresa. Em troca receberam bilhetes que ofereceram aos clientes. Ricardo Carriço, que deu a cara pela Casa das Peles em outdoors, e Diogo Infante já surgiram no pequeno ecrã com modelos da casa. Cantores, actores, políticos e pessoas mais mediáticas são clientes da Casa das Peles, mas a empresa – que tem participado em eventos de solidariedade ligados à pessoa com deficiência - não quer ser associada a estrelas de televisão por não querer veicular apenas um único estilo.“As manifestações deviam acontecer frente aos talhos”“As manifestações [contra o uso de peles] deviam acontecer à frente dos talhos”. Quem o diz é uma das administradoras da Casa das Peles, no Cartaxo, Florbela Silva, que considera que há muita falta de informação à volta do assunto.“Estamos a falar de reutilização. Aproveitamos as peles que já estão numa cadeira alimentar. Não estamos a falar de animais selvagens. Existem caçadores desses animais, mas nós não compactuamos com isso”, esclarece. Florbela Silva considera que enquanto a humanidade comer carne pode aproveitar-se a pele. “Se por acaso as pessoas deixarem de comer carne há outros animais que o continuam a fazer. E quem nunca levou o menino ao jardim zoológico?”. Admite que as peles que têm pelo horrorizam as pessoas, mas denuncia a contradição de pessoas que se manifestam contra o uso de peles e usam artigos em cabedal.A administradora é da opinião de que o ser humano não está para já preparado para ser vegetariano. “Será um dia e se isso acontecesse eu e a minha família estaríamos a fazer casacos de vegetais ou então arranjaríamos maneira de aproveitar as folhas de Outono”.
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