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José Calheiros Cunha

José Calheiros Cunha

55 anos, Chefe-adjunto de finanças

Nasceu numa aldeia perto de Ponte de Lima a 28 de Janeiro de 1953. É minhoto de sangue mas ribatejano de coração. Vive há três décadas em Atalaia, Vila Nova da Barquinha, onde foi chefe da Repartição de Finanças durante 16 anos. Mas nem só de números é feita a sua vida. Nas horas livres dá asas à veia artística pintando ou escrevendo. Em 2007 publicou um romance. É casado há 30 anos e tem dois filhos, de 28 e 24 anos. Diz que é um optimista por natureza e nunca se cansa de aprender. Ver vídeo em: http://www.omirante.pt/omirantetv/noticia.asp?idgrupo=2&IdEdicao=51&idSeccao=514&id=25108&Action=noticia

A minha carreira a nível de Finanças começou em Novembro de 1972. Como aspirante de estagiário, em Torres Vedras. Quando fiz 18 anos, achei que era altura de trabalhar mais a sério. Nessa altura havia facilidade em arranjar emprego. Sempre estive mais virado para a função pública pois proporcionava mais estabilidade. Procurei emprego em câmaras, tribunais, na banca e Finanças. No final do ano tinha em carteira uma série de possibilidade de empregos e optei pelas Finanças porque sempre fui um bom aluno a matemática. Tenho o antigo 7.º ano. Acho que escolhi bem. Recordo perfeitamente o meu primeiro dia de trabalho. Cheguei mais cedo, fui apresentado aos colegas e depois o meu chefe deu-me o dia para encontrar uma casa para morar. Estive lá um ano e dois meses e fiz bons amigos. Pedi transferência para o norte, para ficar perto da minha família. Em Janeiro de 1974 sou chamado para cumprir o serviço militar obrigatório. Felizmente fiquei em Portugal. Quando terminei, em 1976, fui colocado no Serviço de Finanças em Viana do Castelo. Sucede que durante o meu serviço militar conheci uma ribatejana com quem resolvi casar e pedi novamente transferência para esta zona e fiquei colocado em Torres Novas. A pessoa vai subindo na vida e chega a altura em que se quer dar mais um passo. Estive na Repartição de Finanças de Torres Novas durante 11 anos e foi lá que fiz escola. A certa altura senti necessidade de abarcar um cargo de chefia. Em 1988, tive de fazer uma troca com uma colega e fui para a Barquinha onde trabalhei um ano antes de fazer o exame para chefia. Foi um ano muito importante, em que aprendi de tudo um pouco e ganhei mais tarimba. Estive um ano e meio como chefe–adjunto da Repartição de Finanças de Moscavide, onde tinha uma equipa de 20 funcionários. Depois pedi transferência para mais perto de casa e fui colocado em Vila Franca Xira. Só ao fim de outro ano é que consegui regressar à Barquinha. Fui chefe de Repartição de Finanças de Vila Nova da Barquinha durante 16 anos. Coordenei uma equipa de 9 pessoas. Quando cheguei pensei que, finalmente, estava em casa. Morava a dois quilómetros, tinha os meus dois filhos a estudar a 500 metros da repartição e eu, que já não almoçava em casa há 20 anos, disse: daqui só saio para a reforma. Estou actualmente no Entroncamento, porque as regras mudaram, a idade de reforma passou para os 65 anos e há uma nova lei que não permite que sejamos chefes de repartição mais de nove anos seguidos. Antes que fosse colocado numa repartição onde não queria pedi eu transferência para o Entroncamento, onde estou há dois meses. Sou uma pessoa aparentemente calma e nunca deito para fora o que me vai na alma. Isto poderá ser um problema para mim mas nunca para os outros. Estou sempre do lado dos meus funcionário embora às vezes sinta que eles não estão a agir da maneira mais correcta. Nessas alturas tento que eles percebam, por si mesmos, que não é aquilo que devem fazer. Não é fácil ocupar um cargo de chefia mas, felizmente, nunca tive problemas. O dia em que publiquei o meu romance, “Sem certezas”, foi talvez um dos mais felizes da minha vida. Tem este nome porque é a última frase do livro. Porque eu sou um homem de certezas. Sempre consegui separar a vida profissional da pessoal e ter tempo para mim e para a minha família. Nos tempos livres gosto de pintar e escrever. Sou um optimista por natureza e tenho uma grande vontade de aprender. Não sei cozinhar e ainda quero aprender. Elsa Ribeiro Gonçalves
José Calheiros Cunha

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