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Ele é aficcionado, ela acredita que o corpo humano é o objecto mais belo

Ele é aficcionado, ela acredita que o corpo humano é o objecto mais belo

Da Maia Nogueira e Irene Gonçalves são os vencedores da décima Bienal em ex-aequo
Da Maia Nogueira tem 36 anos e viveu em Vila Franca até aos 18 anos. Considera-se um cidadão do mundo. “Não tenho poiso. Tão depressa estou aqui como noutro lado qualquer”, diz. Vive da fotografia e a profissão já o levou a destinos tão diferentes como Espanha, Itália, França, Alemanha, Rússia ou Brasil. Tudo pela paixão da fotografia. A próxima viagem será em 2009 e já tem destino marcado. Índia, Nepal, Vietname e Cambodja.Foi a primeira vez que participou na Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira e estava longe de imaginar que seria um dos vencedores. “Mostrei as fotos da minha última viagem a uma amiga e foi quando ela me falou na Bienal e decidi participar. Fiquei muito admirado quando recebi uma carta do júri do concurso a dizer que tinha vencido”, explica.A paixão pela fotografia começou ainda em criança. Por influência do pai, engenheiro de profissão, mas com uma enorme paixão pela fotografia. Começou a mexer na Canon e nas teleobjectivas do pai. O bichinho foi ficando e deu início a uma descoberta. “Comecei a ganhar o gosto por esta arte e a vida foi-me mostrando que o mais importante é observarmos. Ao observarmos aprendemos imensas coisas. A fotografia apareceu como forma de utilizar o que eu observo, o que sinto para mostrar às outras pessoas”, reflecte. Da Maia Nogueira adora fotografar pessoas sobretudo crianças. Considera que as viagens pelo estrangeiro são tão enriquecedoras quanto uma tarde passada em aldeias no interior de Portugal a conversar com pessoas mais velhas. Pela primeira vez fez imagens da Feira de Outubro em Vila Franca. É aficionado e adora corridas de toiros. Sebastião Salgado é o seu fotógrafo preferido.O artista acredita que existem milhares de Picassos no mundo só que muitos deles não tiveram a sorte de ver o seu talento reconhecido como o pintor espanhol.Irene Gonçalves nasceu há 54 anos em Proença-a-Nova, distrito de Castelo Branco, mas vive em Lisboa desde os 16 anos. Já conhecia a Bienal e participa com regularidade no concurso. Quando tirou o curso de Belas-Artes já tinha o bichinho da fotografia mas com a família e os filhos o sonho foi ficando adiado. Até ao início dos anos 90 quando começou a fotografar de forma mais intensa e começou a aprender e estudar as técnicas. Na sua opinião a fotografia é uma forma de desenhar mais rápida. Considera a fotografia uma arte obsessiva. Tem verdadeira paixão pela natureza e não se cansa de retratá-la sobretudo árvores. Mas para Irene Gonçalves não existe nada mais belo do que o corpo humano. Tem vários mestres, mas afirma que o maior de todos é Cartier Bresson.Uma vencedora repetenteTânia Araújo foi a vencedora do prémio que distinguiu o melhor conjunto de trabalhos no âmbito do tema “concelho de Vila Franca de Xira”. A jovem de 28 anos, natural do Barreiro, decidiu fotografar os comboios na linha de Vila Franca de Xira. A parte mais urbana da cidade ribeirinha. E venceu. Curiosamente, também já tinha ganho o mesmo prémio na última Bienal da Fotografia de Vila Franca.“Há dois anos decidi realizar um trabalho relacionado com as fábricas do concelho. Foi nessa altura que decidi que no próximo concurso haveria de fazer um trabalho com a linha ferroviária uma vez que percebi que existem milhares de pessoas que utilizam o comboio para se deslocarem para o trabalho”, explicou Tânia Araújo a O MIRANTE.A fotógrafa enveredou por este mundo um pouco por acaso. Tinha uns amigos ligados a esta arte e começou a disparar com máquinas não profissionais. E sem saber nada tecnicamente participou num concurso onde obteve o terceiro lugar. “Esse concurso foi o click para começar a trabalhar na fotografia de forma profissional”, conta.Como tinha ganho o último prémio, Tânia não estava à espera de vencer novamente mas ficou muito feliz com a distinção. Apesar de não ter nenhuma ligação ao concelho de Vila Franca, a fotógrafa acha que é uma região cheia de potencial e história. Mistura o antigo com o moderno que não prescinde das suas tradições.Cindy Sherman e Francesca Woodman são as suas fotógrafas de referência. Já tirou milhares de fotos mas não se cansa de carregar no botão para disparar. Adora fotografar pessoas, das mais variadas formas.
Ele é aficcionado, ela acredita que o corpo humano é o objecto mais belo

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