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Habitantes da Granja querem traçado de alta velocidade longe do concelho

Habitantes da Granja querem traçado de alta velocidade longe do concelho

Descontentamento marcou a sessão pública de esclarecimentos sobre o TGV

Os habitantes da Granja, Vialonga, onde está previsto que passe a linha de alta velocidade no concelho de Vila Franca de Xira, defendem que deveria ter sido efectuado uma consulta pública sobre o assunto.

Os moradores da Granja, freguesia de Vialonga, concelho de Vila Franca de Xira, deixaram bem claro que a solução ideal seria que o TGV não passasse no concelho de Vila Franca de Xira. A opinião foi manifestada, por vezes de forma acalorada, durante a primeira sessão pública de esclarecimentos sobre o traçado do comboio de alta velocidade que a Junta de Freguesia de Vialonga e a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, representada pelo vice-presidente, Alberto Mesquita, realizaram na noite de quinta-feira, 6 de Novembro.António Almeida salientou que os portugueses deveriam ter sido ouvidos a nível nacional como foram para outros assuntos nomeadamente sobre a questão do aborto. “Se existisse um referendo sobre se os portugueses querem ou não a linha de alta velocidade seria, talvez, a primeira grande derrota deste Governo desde que venceu as eleições”, disse com o apoio de vários munícipes presentes na sessão.Também Vítor Barros, 63 anos, se manifestou contra a proposta do Governo afirmando que esta é uma obra de interesse exclusivo para os espanhóis. “O traçado vai servir apenas para levar produtos para Espanha e Europa. Para Portugal não entra nada e vamos continuar sem progredir”, afirmou.Durante a sessão pública de esclarecimento circulou entre os cerca de seis dezenas de munícipes presentes um manuscrito que todos subscreveram a manifestar a sua preferência para o traçado do TGV. A largura do traçado vai ser de 400 metros. O que significa que a construção perto desta zona vai ter que obter sempre o parecer favorável da REFER.O presidente da Junta de Freguesia de Vialonga, Manuel Valente (CDU), explicou aos populares que a freguesia de Vialonga é a que será menos afectada pelo traçado no concelho, embora o lugar da Granja seja uma das zonas onde a linha passará mais perto.O autarca alertou ainda os munícipes para a necessidade de mostrar que preferem a alternativa 1, a que terá menor impacte no concelho. “É necessário que tomem uma posição conjunta para que enviemos a decisão e entendam qual é a nossa preferência”, referiu.O vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, explicou que o TGV será mais uma das várias servidões já existentes do concelho e deixou a sua opinião sobre o assunto. “Para mim não é seguro que o traçado do comboio de alta velocidade passe neste território. Da mesma forma que o novo aeroporto de Lisboa mudou de localização pode ser que também este traçado passe longe do concelho”, disse.O vereador do PSD da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira também compareceu na sessão. Rui Rei salientou que continua sem entender porque se insiste neste traçado do comboio de alta velocidade. “A razão objectiva deste traçado deveria ser porque o país precisa dele. Continuo sem perceber porque insistem em construir o traçado do TGV na área metropolitana norte de Lisboa. Onde os terrenos são mais povoados, mais acidentados e mais caros. Devíamos todos contestar este traçado porque é um desastre”, disse. A próxima sessão de esclarecimento sobre o traçado do TGV realiza-se na sexta-feira, 14 de Novembro, no lugar de Santa Eulália, no salão do grupo desportivo.Vinte e duas construções atingidas pela linha do TGVSegundo um documento da Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE) a que O MIRANTE teve acesso a construção do traçado do TGV vai afectar cerca de 22 construções no concelho de Vila Franca de Xira. Na mira do traçado de alta velocidade estão as freguesias de Calhandriz, com quatro construções atingidas, São João dos Montes, com quinze, e Cachoeiras, com três. Em São João dos Montes serão apenas afectados os lugares de Cotovios e Quinta da Zibreira. Na freguesia de Vialonga a linha de alta velocidade atinge a Quinta do Monteiro Mor que está em ruínas e abandonada há vários anos. Além de habitações vão ser afectadas arrecadações, estufas, armazéns, telheiros e cavalariças.
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