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Câmara de Vila Franca tenta evitar que Escola da Marinha seja vendida a privados

Câmara de Vila Franca tenta evitar que Escola da Marinha seja vendida a privados

Município propõe instalação de um pólo de ensino técnico e profissional
O Ministério da Defesa pretende vender uma série de instalações e equipamentos militares na região, com destaque para um rádio farol em Vila Nova da Rainha (Azambuja), um terreno com 45 hectares a norte do Campo de Tiro de Alcochete (Benavente), e as instalações da Escola da Armada em Vila Franca de Xira. No caso das instalações da Marinha em Vila Franca, o município quer evitar que o património junto ao rio passe para o domínio de privados e está a negociar com a Direcção-Geral das Infra-estruturas do Ministério da Defesa a aquisição do espaço para instalação de um pólo de ensino técnico e profissional. A presidente Maria da luz Rosinha disse a O MIRANTE que abordou o assunto numa reunião com a directora-geral, Clarinda Mendes de Sousa, na terça-feira e que vai apresentar uma proposta por escrito. A intenção do Ministério da Defesa abrange quase 200 imóveis espalhados um pouco por todo o país e ficou plasmada em Diário da República de 12 de Novembro, onde o Governo diz que a “rentabilização” desse património servirá para financiar o investimento em infra-estruturas no âmbito da Lei de Programação das Infra-estruturas Militares.Maria da Luz Rosinha lembra que no caso da Escola da Armada “há o compromisso de não haver venda do imóvel antes da saída dos alunos que ainda frequentam o espaço.” Até lá a câmara vai avaliar com várias instituições ligadas ao ensino superior se mantêm interesse numa parceria para instalar o pólo no local.A autarca considera que o imóvel não deve captar o interesse dos imobiliários porque o Plano Director Municipal (PDM) em fase de revisão prevê uma ocupação “muito redutora” para o local. “Só servirá para equipamentos para a educação ou para o desporto”, realça.Recorde-se que recentemente, numa entrevista a O MIRANTE, o vice-cônsul de Portugal em Londres jubilado, José Amador sugeriu a instalação no local da Universidade do Mar, um pólo que estude as ciências marítimas aproveitando a proximidade do rio e do mar e rentabilizando as instalações com condições de excelência. Na Escola da Armada formaram-se milhares de praças e oficiais para a Marinha Portuguesa.Questionada sobre esta sugestão, a presidente da câmara diz que “todos os contributos são bem vindos” mas explica que um pólo de ensino superior “será um processo mais complicado nesta altura”.Vários edifícios históricos podem cair nas mãos de privadosNa lista de imóveis a alienar pelo Ministério da Defesa na região constam o antigo quartel da Cavalaria em Santarém, o quartel de São Francisco em Tomar, equipamentos para abastecimento de água em Constância (como estações elevatórias e furos de captação), uma central elevatória junto ao rio Zêzere no concelho de Vila Nova da Barquinha e um edifício na Rua de Angola em Abrantes.Em Santarém, para além do quartel onde esteve instalada a Escola Prática de Cavalaria (EPC), o Governo pretende ainda alienar a carreira de tiro das Corteses, no prolongamento da Urbanização de São Domingos, parte do antigo quartel das Donas (junto às instalações do Comando Distrital da PSP) e o campo de instrução de Atalaia. Estruturas que deixaram de ter qualquer utilidade desde que, no final de 2006, a EPC foi transferida para Abrantes. O futuro do antigo quartel da Cavalaria em Santarém tem sido regularmente objecto de discussão política. O presidente da câmara, Francisco Moita Flores (PSD), tem assegurado que a última palavra sobre o uso a dar a esta zona é do município, não escondendo o seu interesse no espaço que está ligado à “Revolução dos Cravos”. A criação ali de uma Fundação da Liberdade e a instalação de serviços municipais são possibilidades aventadas pelo autarca, que tem mantido contactos com o Ministério da Defesa sobre o assunto. Contactado por O MIRANTE, Moita Flores disse que “está tudo a correr bem” mas que para já não pode adiantar grandes novidades.
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