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Noventa e cinco minutos de futebol espectacular

Noventa e cinco minutos de futebol espectacular

Riachense e Samora Correia lutaram pela vitória até ao último segundo

Afinal nos distritais também há excelentes espectáculos de futebol. Também há jogos daqueles que atraem espectadores aos campos de futebol. Domingo, em Riachos, o Clube Atlético Riachense e o Grupo Desportivo de Samora Correia, proporcionaram 95 minutos de espectáculo, às quatro centenas de espectadores que se deslocaram ao Estádio Coronel Mário Cunha.

Foram cerca de quatro centenas de espectadores que tiveram a sorte de assistir a 95 minutos de futebol espectáculo. Noventa regulamentares e mais cinco minutos que o árbitro entendeu, por bem, dar de compensação por tempo perdido. Foi nesse tempo de compensação que o Riachense voltou o resultado, de 2-1 para 3-2.O jogo foi tão intenso que vale a pena falar um pouco das suas incidências. O Clube Atlético Riachense e o Grupo Desportivo de Samora Correia mostram dentro das quatro linhas a sua categoria e a prova de que ocupam os lugares do topo da tabela por mérito próprio.O jogo começou electrizante. Os samorenses entraram dispostos a mostrar que não iam a Riachos para passar tempo. Começaram melhor e logo criaram uma oportunidade flagrante para marcar. Contudo foi o Riachense que marcou primeiro. E foi um golo de antologia. Iam decorridos 25 minutos, o centro campista Pereira pegou na bola perto da linha de meio campo, arrancou em corrida passou por quatro defesas do Samora e à saída do guarda-redes desviou a bola do seu alcance.Tudo se conjugava para que a equipa da casa arrancasse para mais uma vitória fácil. Tanto mais que logo a seguir o jogador Filipe Alves, do Samora Correia, teve uma entrada violenta sobre um adversário e foi expulso pelo árbitro. Contudo a equipa samorense uniu-se ainda mais e aos 35 minutos chegou à igualdade. Numa jogada de puro contra-ataque, Mourato fugiu a um adversário e ainda antes de entrar na área desferiu um potente remate que levou a bola a entrar como um bólide na baliza do Riachense.O intervalo chegou com as equipas empatadas. Ao intervalo o treinador do Riachense, Frederico Rasteiro que já tinha feito uma substituição, por lesão de Bruno Lemos, voltou a mexer na equipa, tirou Santana, muito apagado até então, e colocou no seu lugar o jovem Miguel Luz. A ideia foi alargar a frente de ataque. Do lado do Samora, Paulo Eira manteve a confiança nos 10 jogadores que tinha em campo.O Riachense passou a ter um maior domínio. Mas o Samora nunca deixou de importunar a defensiva adversária, os seus jogadores sempre que recuperavam a bola partiam para rápidos contra ataques. E aos 70 minutos voltaram o resultado a seu favor. Acabado de entrar em campo Tancredo, apanhou a bola trocou em corrida com Emanuel e já dentro da área recebeu um passe do seu companheiro e fez o 2-1.A equipa de Riachos abanou e teve um momento de desorientação. Mas Frederico Rasteiro reagiu rápido e o defesa Milú pelo avançado João António, e a equipa riachense carregou no acelerador e passou a pressionar o último reduto do Samora Correia. Aos 75 minutos Bruno Daniel derrubou um adversário dentro da área, quando este se aprestava para marcar. O árbitro assinalou a grande penalidade e expulsou o jogador do Samora. Tamandaré encarregou-se da marcação, mas Fábio Rosário efectuou uma excelente defesa.A equipa de Samora Correia ficou reduzida a nove jogadores, mas uniu-se ainda mais. Passou a sofrer muito, os jogadores estavam nitidamente cansados, e os riachense pressionavam muito. Era um autêntico sufoco. Mas os 90 minutos regulamentares chegaram com a equipa visitante na frente do marcador.O árbitro concedeu bem cinco de compensação. A vencer os jogadores do Samora, queimaram algum tempo. Nesse tempo de compensação tudo se modificou. Aos 91 minutos Tamandaré entrou bem pela direita e já dentro da área, arrancou um potente remate que não deu hipóteses de defesa a Fábio Rosário. E já quando todos esperavam pelo apito final, na marcação de um campo, Negrete elevou-se mais alto que os defesas do Samora e de cabeça introduziu a bola na baliza samorense, logo a seguir o árbitro deu o jogo por terminado.A vitória do Riachense aceita-se como justa, foi a equipa mais dominante e que mostrou mais força. Mas o empate seria o resultado mais correcto, premiava o espírito de luta e o bom futebol da equipa de Samora Correia.Árbitro bem tecnicamente mas irregular no capítulo disciplinarCarlos Covão é um árbitro jovem de boa categoria. Foi uma boa nomeação para um jogo desta intensidade, finalmente o Conselho de Arbitragem acertou na escolha. Carlos Covão pode dizer-se que fez uma arbitragem regular. Podia ser melhor se estivesse ao seu verdadeiro nível.O jogo foi daqueles que qualquer árbitro gosta de arbitrar. Carlos Covão preparou-se bem para ele. E durante a maior parte do tempo esteve bem. Tecnicamente teve apenas um erro muito visível. Aos 80 minutos perto da área do Samora, Pereira foi agarrado e derrubado de forma bem visível por um defesa samorense. Carlos Covão deixou seguir o lance de que resultou um contra – ataque rápido, cortado por um defesa do Riachense quando o atacante se isolava frente a Rui Galrinho. O árbitro assinalou a falta, mas faltou-lhe a coragem para mostrar o cartão vermelho.Foi precisamente na parte disciplinar que Carlos Covão oscilou mais. Os vermelhos mostrados aos jogadores do Samora não merecem discussão, foram correctamente mostrados. Mas uma entrada de Marco Neves sobre um jogador do Samora, ainda na primeira parte, merecia sanção disciplinar e aquela jogada que descrevemos no parágrafo anterior também. De resto pode dizer-se que esteve bem, num jogo intenso mas correcto.
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