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Encarar a arquitectura como um factor de desenvolvimento local

Núcleo do Médio Tejo da Ordem dos Arquitectos tem sede em Abrantes há quatro anos

Associação pretende combater a ideia comum de que a arquitectura ainda é um luxo.

O Núcleo do Médio Tejo da Ordem dos Arquitectos integra 11 concelhos e representa um total de 105 arquitectos que exercem actrividade profissional nessa região, funcionando como um ponto de descentralização da Ordem que tem a sua sede em Lisboa. “Gostamos de fazer coisas, sobretudo, para quem não é arquitecto, de modo a aproximarmo-nos cada vez mais dos cidadãos”, referem os arquitectos Pedro Costa e Rui Serrano, membros do Secretariado do Núcleo, para quem a arquitectura tem um papel fundamental na sociedade e até na economia de uma região, podendo ser encarada como um factor de desenvolvimento local. “Pensamos que com o trabalho desenvolvido no âmbito do núcleo temos aproximado a arquitectura dos cidadãos, mostrando que a arquitectura não é uma coisa complicada”, aponta Rui Serrano que dá como exemplo a publicação “Papel de Parede” que editam trimestralmente, uma forma descomprometida de passar a sua mensagem, abordando temas “sérios” ligados à arquitectura.Para os responsáveis, fazer arquitectura é construir com qualidade. E construir com qualidade é gastar menos. “Há muita gente que tem a ideia que a arquitectura são luxos. Queremos explicar que, ao contrário de um luxo, é uma questão básica para garantir a qualidade de vida das pessoas”, afirma Pedro Costa, actual presidente do núcleo, que tem uma definição muito particular do que é a Arquitectura: “Fazer bem as coisas, gastando o mínimo de recursos e com o máximo de resultados”, pelo que se as pessoas contratarem profissionais qualificados investem e constroem melhor, proporcionando um melhor “ambiente construído”. Os arquitectos têm, na opinião de Pedro Costa, que ser os maestros no processo de construção das cidades, conferindo uma maior harmonia entre os municípios sem prejudicar a sua identidade, não esquecendo a vertente ambiental da arquitectura, elemento essencial na qualidade de vida das pessoas. Neste sentido, o Núcleo do Médio Tejo da Ordem dos Arquitectos tem vindo a assinar um conjunto de protocolos com alguns municípios do Médio Tejo e com a Comunidade Urbana do Médio Tejo no sentido de criar uma plataforma de entendimento entre os municípios para tentar que as regras urbanísticas sejam planificadas de acordo com uma base comum. A ideia passa por estender esta plataforma comum a todos os municípios do Médio Tejo tendo sido já celebrado um protocolo com as câmaras de Abrantes e Vila Nova da Barquinha e com a Comunidade Urbana do Médio Tejo, que pretende que aos municípios seja prestado o apoio dos especialistas nas intervenções efectuadas no espaço público. “Somos a favor de quanto mais diversidade melhor. Não queremos uniformizar os arquitectos. Cada cidade deve preservar as suas características. Podemos é ajudar os municípios nos procedimentos do licenciamento camarário, ao nível do Plano Director Municipal ou do Plano de Pormenor”, explicam. Recentemente, o Núcleo do Médio Tejo apoiou o concurso internacional para a dinamização das margens do Tejo que envolveu um território com 24 quilómetros de extensão, entre o Aquapolis de Abrantes e o Parque Ribeirinho de Vila Nova da Barquinha, passando por Constância e Chamusca. Para os arquitectos foi muito gratificante perceber o envolvimento e a necessidade que as câmaras têm em trabalhar em parceria, funcionando a Ordem como elemento aglutinador para conseguir juntar esta vontade. reflectem. “Todos os municípios ribeirinhos têm o Tejo em comum pelo que devem ter uma atitude comum em relação a isto. O que sai desta conjugação de esforços tem mais valor do que se for cada câmara a fazer a sua iniciativa individualmente”, defendem. Como iniciativas mais recentes do Núcleo da Ordem destacam-se a organização da exposição, “22 Casas de Eduardo Souto Moura” patente na Galeria Municipal de Abrantes (anteriormente na Casa dos Cubos, em Tomar) e o lançamento do livro “Arquitecturas no Vale do Tejo”, lançado em parceria com a Associação Tagus, no Castelo de Almourol no Dia Mundial da Arquitectura e que pretende dar conta das principais intervenções realizadas nas margens do rio nos últimos dez anos.

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