São fantásticas as fotografias do Eduardo Gageiro publicadas na edição de aniversário de O MIRANTE. Tive pena que ele não explicasse melhor, na entrevista, as técnicas que utiliza para fazer e publicar as fotos daquelas pessoas. Também reparei que muitas são fotos antigas. Compreendo muito bem porquê. Actualmente em Portugal vive-se o síndrome de alguns países onde os pobres fazem negócio com a sua exposição pessoal. Na Roménia, onde estive o ano passado, há pessoas que cobram para serem fotografadas pelos turistas. Encontrei algumas em Peles e Brasov.Por cá não há trolha que não comece a insultar quem o tente fotografar, mesmo que seja um jornalista em serviço. Já assisti às coisas mais disparatadas. Até polícias se armam em parvos, como li numa das últimas edições do jornal. Um dia destes os jornais saem sem fotos e as televisões não têm reportagens. Todos gostam muito de ver fotografias mas todos querem acabar com os fotógrafos. Não sei o que pensam disto os fotojornalistas mas já tenho assistido a cenas lamentáveis. Toda a gente se acha com direito à imagem mesmo quando se trata de figuras públicas que estão em determinados locais exactamente para serem fotografadas.Acho que há um manifesto exagero. Aqui há tempos estava num centro comercial com um amigo a ver, no ecrã da máquina umas fotos que tinha feito com amigos num jogo de futebol. Veio logo um segurança ameaçar que não podia tirar fotos. Uma estupidez pegada. Até parece que estávamos em instalações militares secretas. Quando lhe disse que não estava a tirar fotos mas a ver fotos que tinha tirado noutro local quis vê-las. Com que direito? Está tudo doido ou quê?João Francisco Rafael Gomes