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Castanheira do Ribatejo tem novo centro de saúde depois de sete anos de espera

Um dos empreiteiros declarou falência, outro desistiu do projecto

A Ministra da Saúde inaugurou o centro de saúde de Castanheira do Ribatejo, uma obra que demorou sete anos a ser construída. Obras pararam duas vezes por abandono de empreiteiros.

Ver Vídeo em: http://www.omirante.pt/omirantetv/index.asp?idgrupo=2&IdEdicao=54&idSeccao=514&id=26931&Action=noticiaO novo Centro de Saúde de Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, entrou segunda-feira em funcionamento. A unidade de saúde foi inaugurada no sábado pela ministra da Saúde, Ana Jorge, sete anos depois de iniciada a sua construção. A ministra reconheceu a “capacidade de resistência” dos utentes da freguesia ao longo da “sucessão de empreiteiros” no processo de construção do centro de saúde. Ana Jorge recordou ter sido a responsável pela decisão de construir uma nova extensão de saúde na Castanheira, tomada em 1998 quando era presidenteda Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT). Para a presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, a inauguração surgiu como “uma prenda de Natal tardia”. A entrada em funcionamento das instalações, prevista para 2001, “não aconteceu porque a vida das empresas nem sempre correm como se espera”, justificou a autarca. A presidente de câmara recordou os “processos administrativos extremamente longos” que envolveram a construção da unidade de saúde, depois da empresa vencedora do concurso público para a construção da unidade ter declarado falência e o segundo ter desistido, depois de lhe ter sido recusado o aumento do custo da obra. As centenas de utentes que acorreram à inauguração dividiam-se na sua opinião sobre a unidade de saúde. Tessa Mendes, 16 anos, acompanhada pela mãe, Rosa, empunhava um cartaz com a frase “Sete anos à espera” e não poupa críticas ao processo. “Aos nove anos, escrevi um pequeno texto para o jornal da escola sobre a demora no centro de saúde, e até agora nada tinha avançado, quando precisei várias vezes de consultas de urgência, tive de ir ao hospital ou a médicos particulares”, afirma a jovem. Fernando Amorim, 65 anos, residente na freguesia desde que nasceu, considera “bem-vindo” novo centro de saúde. “Resta saber se tem melhores condições ou se continua-se a vir para aqui às cinco da manhã, quando as pessoas têm necessidade de ir à consulta no próprio dia”.O edifício onde estava instalado o antigo centro de saúde da Castanheira do Ribatejo era partilhado entre as instalações de saúde e casas de habitação. As portas do prédio só abriam às oito da manhã, altura em que tinham início as consultas. A extensão de saúde funcionava num primeiro andar e rés-do-chão do edifício há cerca de trinta anos e era inacessível a pessoas com dificuldades de locomoção.Ministra quer adjudicar Hospital de Vila Franca de XiraA construção do novo hospital de Vila Franca de Xira deve ter início em 2009. Ana Jorge, ministra da Saúde, manifestou vontade de “adjudicar a construção do hospital ainda enquanto ministra”, garantindo estarem resolvidas “as várias vicissitudes relativas ao processo de localização” da unidade de saúde. O Governo deve anunciar no início do ano quem é o vencedor do concurso público para a construção do hospital. No processo, estiveram envolvidas cinco propostas, tendo sido seleccionadas as dos concorrentes Grupo Mello, que perde no final do ano os destinos do Hospital Amadora Sintra, e Grupo Português de Saúde, propriedade da sociedade que gere o Banco Português de Negócios (BPN), recentemente nacionalizado pelo Governo no âmbito de um processo por irregularidades financeiras. A unidade de saúde será construída no prazo de dois a três anos num terreno de charneca a norte da cidade, perto de Povos e do Centro Equestre da Lezíria. O futuro hospital ficará na freguesia de Castanheira do Ribatejo e terá um custo acima dos 12 milhões de euros. O centro de saúde mais demorado do concelhoFoi à empresa Costa e Carvalho que coube a tarefa de, no final de Junho, terminar um centro de saúde que já passara nos sete anos anteriores por dois outros empreiteiros. A extensão de saúde da Castanheira do Ribatejo teve luz verde do Governo para avançar em 1998, mas foi em 2001 que o vencedor do concurso público para a construção do edifício teve autorização para avançar com as obras. O percurso da empresa terminou com a falência no mesmo ano. A obra, que tinha um prazo de execução previsto de seis meses, teve de esperar mais três anos até que a Administração Regional de Saúde (ARS) procedesse a nova adjudicação. A empresa classificada em segundo lugar tomou as rédeas da obra, mas aumentou os custos em mais 800 mil euros, segundo a presidente da câmara, sem autorização. A acção, justificada pelas alterações ao projecto, levou a uma queixa da ARS à Polícia Judiciária. O empreiteiro, perante a resposta judicial, desistiu da obra. A empreitada foi retomada em Julho deste ano, pelo terceiro classificado do concursos. O centro de saúde está construído e a funcionar, após sete anos repletos de interrupções.

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