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Branquelas Serafim das Neves

O professor de música de Santarém até pode não ser daltónico. Até pode ter acertado na cor de pele do aluno. Mas qualquer bom professor sabe que não deve chamar preto a um aluno. Nem preto nem branco, nem azul ou amarelo. Um professor a um aluno, não chama nada. Nem sequer o chama ao quadro. Se quer chamar alguma coisa a alguém que chame nomes à ministra da Educação. Qualquer nome, ofensivo ou defensivo, não importa. Vá a uma manifestação e grite à vontade. Grite tudo o que lhe for na alma. Liberte o stress, que é para isso que vão camionetas de Santarém a Lisboa carregadas de pessoal com cartazes. Depois, quando voltar à escola…bico calado, porque aí não manda nada. Nem bocas.Ontem passei por um túnel no Entroncamento cujas paredes estão sempre cobertas de pinturas rupestres. Fiquei admirado. Estavam pintadas de amarelo, a cor preferida da câmara municipal para aquele tipo de paredes. Os gatafunhos dos cavernícolas tinham sido apagados. Um crime contra a humanidade, como sabes. Uma injustiça tremenda. Gastam-se milhões para preservar coisas daquelas em Foz Côa e no Entroncamento anda uma autarquia a destruí-las. O Miguel Sousa Tavares tem razão quando diz que as autarquias estão a dar cabo de Portugal. A única coisa que me anima é ter verificado que a resistência aos bárbaros actos contra-cultura está activa. Num canto de uma das paredes um pré-histórico já tinha deixado uma mensagem. “Ninguém nos pára”. Ali bem perto um quiosque que ainda nem acabou de ser montado reluzia com gravuras valiosas feitas por outro neandertal. Ah valentes!!! Assim é que é! Fiquei emocionado, juro! Todas as lutas contra as grandes injustiças do mundo me emocionam.O que me preocupa é a fuga de cérebros das nossas autarquias para o turismo. Primeiro foi o presidente da Câmara de Alpiarça, Rosa do Céu, que desandou para a Região de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo. Agora fala-se que o presidente de Ourém, David Catarino, se vai passar para a Região de Turismo Leiria/Fátima. Esta sangria tem que ser travada. Imagina o que será a nossa vida sem a presidenta de Salvaterra de Magos, por exemplo. Eu nem sei o que faria se ela abandonasse a câmara. Não sei mesmo, acredita. Se tem que sair mais alguém para uma região de turismo que saia o presidente da Câmara de Rio Maior, o Silvino Sequeira. Pelo menos esse a gente sabe que ele volta ao fim de um mês. Ele volta sempre. Já saiu para governador civil, para deputado, Para gestor de fundos comunitários no Alentejo…saiu e voltou logo. Voltou sempre e tão depressa que alguns munícipes até acreditam que um dia que perca as eleições ou que atinja o limite de mandatos, ele regressará numa qualquer manhã de nevoeiro qual D. Sebastião…da câmara. E por falar em autarcas. Tu por acaso sabes que prendas é que a esposa do Moita Flores lhe deu no Natal? E o bacalhau da ceia? Sabes se ele comeu do famoso asa branca especial? E será que as rabanadas e as filhós estavam saborosas? Estas devem ser as perguntas que atormentam os eleitores de Santarém depois do presidente da câmara ter dito que iria reflectir no Natal, não sobre o nascimento de Jesus Cristo…mas sobre a sua recandidatura. Gingóbél para ele que eu vou estar atento às notícias.Saudações reveillónicasManuel Serra d’Aire

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