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O barulho dos sinos

Aqui há tempos li uma notícia sobre um conflito numa aldeia do concelho de Almeirim relacionado com o barulho do sino da igreja. Depois surgiu a polémica dos sinos do carrilhão de Alverca. São sinais dos tempos sobre os quais é interessante reflectir.Quem protesta por causa do barulho dos sinos não são, geralmente, as pessoas que sempre viveram nas localidades. São os novos moradores, a maior parte oriunda das grandes cidades. Geralmente são pessoas que compraram uma segunda habitação no campo em busca de sossego. Fogem ao bulício das cidades. Ao barulho. Imaginam que no campo só vão ouvir passarinhos a cantar. Depois irritam-se com o ladrar dos cães e vão queixar-se à Junta de Freguesia ou à câmara. O motor de um tractor a lavrar esfrangalha-lhes os nervos. A mota em escape livre do jovem engatatão lá do sítio fá-los desejar comprar uma caçadeira. O barulho dos sinos da igreja obriga-os a voltar à cidade. Ali o barulho é infinitamente superior mas pelo menos os ouvidos já estão acostumados. Marta

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