O que pensa do caso “Freeport”?Não sou da cor política do actual Governo, mas penso que se está a mediatizar demasiado um assunto que já não é novidade. Parece-me aproveitamento político da situação e isso é um pouco grave.Já viu alguém a entrar no banco a pedir dinheiro desesperadamente?Comigo nunca aconteceu mas temos episódios de pessoas que financeiramente estão mesmo em maus lençóis. Já tive de atender clientes, o que me deixaram muito triste, que estão mesmo num beco sem saída. Confirma-se a crise.Sem dúvida e isso nota-se na quantidade de famílias que estão com dificuldades em pagar os créditos que contraíram. Agrada-lhe a ideia do TGV?Gosto de todas as ideias que sejam úteis e inovadoras para Portugal e acho que o comboio de alta velocidade é uma mais valia, não apenas nas possibilidades que apresenta para transporte de pessoas mas também de mercadorias. Temos de nos ligar o mais rapidamente possível aos países mais fortes da união, como é neste caso a Espanha.Costuma comprar no comércio tradicional?Não. O comércio tradicional é mais caro e a vida não está fácil para ninguém. Se eu puder poupar uns euros em várias compras então poupo.Estádios de futebol ou hospitais?Hospitais, embora não adiante muito ter infra-estruturas sem pessoal para lá trabalhar, como acontece actualmente. Vemos muitos centros de saúde recentes que estão fechados porque não há médicos nem enfermeiros para os ocupar. A saúde é um problema estrutural em Portugal.Podemos aprender com os erros do passado?Acredito que sim e só conhecendo a nossa história podemos desenhar correctamente o nosso futuro. O que pensa sobre a história do concelho de Vila Franca?Sinceramente não acho que seja uma localidade com muita história. Acho que Vila Franca é como Alverca e a Póvoa: um dormitório de Lisboa. Eu sinto isso porque eu não sou daqui, aluguei uma casa apenas para dormir de segunda a sexta-feira.Gosta de morar na Póvoa?Nem por isso, falta-lhe muita coisa…Vai votar nas próximas eleições?Vou votar porque entendo que é uma obrigação dos países desenvolvidos e sobretudo do nosso, que é um país acabadinho de sair de uma revolução. Considero que devo exercer o meu dever cívico. Ainda somos muito pequenos na arte da democracia e temos de crescer.O que mudava se fosse chefe de Governo?Se eu fosse primeira-ministra a primeira coisa que mudava era o código do trabalho e o simplex. Acho que muitos trabalhadores actualmente estão a ser explorados e não ganham mais por isso. Teria de criar mais apoio social para os desempregados e idosos. E acabava com o recibo verde (risos).