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Arreigado Manuel Serra d’Aire

É com redobrado júbilo que tenho tido conhecimento das medidas anti-crise que têm surgido um pouco por todo o lado para ajudar todo o tipo de criaturas e entidades. Câmaras, juntas de freguesia, Governo, associações empresariais abriram caça à crise e nem os magnatas banqueiros escapam à esmolinha neste tempo de vacas magras em que quem tem um olho é rei. É tempo pois de puxarmos também a brasa à nossa sardinha e exigir que haja medidas excepcionais noutros sectores. É indecente, por exemplo, que não haja uma comparticipação para ajudar a malta a pagar o balúrdio que custa uma garrafa de vinho num restaurante de meia tigela. A Câmara do Cartaxo, por exemplo, devia ter isso em atenção e assim tornar-se pioneira. Porque por este andar os vinicultores não vão conseguir escoar o produto. Os primeiros sinais, aliás, já aí estão: na semana passada, numa daquelas famigeradas operações STOP feitas pela GNR, fiscalizaram uma carrada de condutores e nem um apanharam com álcool no sangue acima do limite legal. Se isto não é um indicador de que o pessoal já não tem cheta para o trotil, então não sei o que é que podemos esperar mais. E este caso revela ainda que as actividades a jusante da produção de vinho, como a da caça à multa e a dos transplantes hepáticos, também podem sofrer um forte abalo.Os presidentes de câmara devem ter especial atenção a toda esta problemática e abrir os cordões à bolsa nesta época pré-eleitoral sob pena de se tramarem na hora de contar os votos. É bom que se lembrem que há malta que até há pouco estava habituada a determinado estilo de vida e convém que o mantenha, sob pena de ir levar o voto para outras paragens. Porque o pior que pode haver é um eleitorado descontente. Um pacote de auxílio para cerveja, jogo, moçoilas e bilhetes para o futebol é sempre um bom trunfo eleitoral.Altruísta Manel é comovente o teu interesse pelo futuro do ainda presidente da Câmara de Abrantes, Nelson Carvalho (PS), que já anunciou não se recandidatar ao cargo. Falas mesmo da possibilidade de o homem se dedicar ao basebol ou a uma vida contemplativa junto ao mar de Abrantes que ele inventou. Acho sinceramente que esta última hipótese tem mais probabilidades de se concretizar, pois Nelson Carvalho é licenciado e mestre em Filosofia num país que tem um Sócrates como primeiro-ministro. Mas a verdade é que eu só sei que nada sei… E discorrer sobre a importância do taco de basebol na resolução de conflitos políticos também me parece um bom ponto de partida para uma tese filosófica.E já que estamos em maré de filosofias, há uma questão que me atormenta há muito: porque é que há grupos de dadores de sangue que fazem questão de especificar no nome que são “dadores benévolos” de sangue? Andam por aí dadores malévolos? Tem alguma coisa a ver com aquela história dos lotes de sangue contaminado? Com os níveis de colesterol, de alcoolemia, de glicemia? E o sangue azul é benévolo ou malévolo? Quem sabe se o dr. Nelson Carvalho não nos vai responder um dia destes…Saudações do camarada Serafim das Neves

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