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Presidente da Câmara de Almeirim insatisfeito com decisão do tribunal

Presidente da Câmara de Almeirim insatisfeito com decisão do tribunal

Autarca não gostou de ver ficar em liberdade o homem que o tentou alvejar

José Sousa Gomes pondera recorrer a segurança privada depois do seu carro ter sido atingido com dois tiros de pistola disparados por um homem residente em Paço dos Negros.

O presidente da Câmara Municipal de Almeirim, José Sousa Gomes (PS), ficou insatifeito com a decisão do Tribunal de Santarém que deixou em liberdade o homem que na sexta-feira, 20 de Fevereiro, por volta da hora de almoço, disparou dois tiros de pistola contra o carro do autarca quando este visitava uma obra para a instalação de saneamento básico na localidade de Paço dos Negros. O autarca estava no local da obra juntamente com o empreiteiro e com a sua chefe de gabinete quando apareceu o indivíduo que, segundo Sousa Gomes, já tinha falado várias vezes com ele e aparentava estar nervoso mas não agressivo. Fez alguns protestos sobre coisas que acha que não estão bem feitas mas acabou por ir embora.Quando Sousa Gomes e a chefe de gabinete, Rosa Nascimento, já estavam dentro do automóvel prontos para regressar a Almeirim vêem o carro do indivíduo aproximar-se novamente. Assim que chega perto do carro do presidente, o homem baixa o vidro da sua viatura e dispara dois tiros de pistola. “Assim que se apercebeu do que estava a acontecer a minha chefe de gabinete teve o sangue-frio suficiente para arrancar com o carro e sair dali o mais rápido possível”, explicou o autarca a O MIRANTE, adiantando que foi uma atitude pensada e reflectida por parte do munícipe.Sousa Gomes confessa que, na altura, não se apercebeu da gravidade do acontecimento. “Quando fui depor à GNR de Almeirim, ao início da tarde, até perguntei aos guardas se o homem não tinha utilizado uma pistola de alarme. Mas foi uma pistola verdadeira. As marcas das balas estão no carro”, afirma.O autarca confessa não ter ganhado para o susto e pondera a ideia de passar a ter seguranças que o protejam de situações perigosas como esta. “Vou ter que ponderar bem os próximos passos a dar, mas provavelmente vou ter que me proteger um pouco mais”, disse. Como o indivíduo que disparou contra o presidente da Câmara de Almeirim foi preso em flagrante delito pela GNR, Sousa Gomes não precisou de apresentar queixa contra o atirador. Agora vai constituir-se assistente para poder consultar e acompanhar o processo e depois de reunir com os seus advogados vai decidir que medidas tomar em relação a este processo.Segundo fonte da autarquia, o homem que disparou sobre o carro do presidente não se conformou com uma decisão de uma companhia de seguros relativamente a um acidente ocorrido com a sua mulher na altura das obras de alargamento da estrada entre Paço dos Negros e Marianos. O homem tinha reclamado que os trabalhos não estavam sinalizados. A autarquia enviou o assunto para o empreiteiro que estava a fazer as obras e que justificou que havia sinalização no local. A companhia de seguros da empresa construtora não se responsabilizou pelo sinistro.O MIRANTE falou com Fernando Fernandes, testemunha ocular do incidente, que disse que o autor dos disparos estava sob uma forte depressão. “Ele trabalhava com um tio em Lisboa, que achou melhor que ele viesse para casa descansar uns dias porque não estava bem psicologicamente. Só encontro essa explicação para o que aconteceu. Sempre foi um homem que não se meteu em discussões, não fala mal com ninguém. É um homem extremamente calmo”, disse.PS pede celeridade na investigação A distrital de Santarém do PS apelou a que a justiça seja exercida “no mais curto espaço de tempo” no caso da “tentativa de assassinato” de que foi alvo o presidente da Câmara de Almeirim, José Sousa Gomes. Em comunicado, a Comissão Política Distrital do PS afirma não querer “interferir com as investigações em curso nem com as decisões que a justiça já tomou ou venha a tomar”, mas alerta para a possibilidade de o exercício das funções do autarca poder ser condicionado “pela assumpção de riscos que involuntária e desnecessariamente poderá correr, face à situação de liberdade condicionada de que o seu agressor beneficia”.Já a concelhia do PS de Almeirim condena o acto do munícipe de Paço dos Negros e espera que a justiça seja célere, nomeadamente no apuramento dos factos e no castigo a aplicar ao autor dos disparos”, pode ler-se em comunicado. Também a concelhia de Almeirim do PSD emitiu um comunicado repudiando “veementemente” o ataque de que foi alvo o presidente da câmara municipal quando se encontrava em visita a uma obra em Paço dos Negros. “Por muita razão que assista a um cidadão, nada lhe dá o direito de atentar contra a integridade de outro”, afirma a nota, sublinhando que a “violência e a intimidação não são, nunca, a melhor solução, muito menos contra qualquer membro de um órgão democraticamente eleito, qualquer que seja o partido”.
Presidente da Câmara de Almeirim insatisfeito com decisão do tribunal

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