Sou de Vila Franca de Xira e nunca tinha entrado no museu do Neo-Realismo. Acabei por fazê-lo no passado fim-de-semana para assistir à apresentação do livro do José Neves. Confesso que fui, sobretudo, para ver o que os convidados tinham a dizer sobre a relação entre a esquerda comunista e a nossa notável cidade. Gostei de ver o auditório cheio para um sábado à tarde, mas já não gostei dos pequenos pormenores. Já nem falo do estrondoso atraso de Pacheco Pereira, que nem se desculpou em público. Para mim o mais grave foi a falta do Fernando Rosas, a única voz mais à esquerda que podia ter dado algum equilíbrio ao debate. Ainda assim, escutei com atenção as intervenções dos convidados e não pude deixar de ficar chocado com a tirada do Pacheco sobre os comunistas pensionistas. Se é uma verdade que o público podia ter ficado calado e aguardar a sua vez, também me parece justo que aquele “opinion maker” tivesse tido uma resposta à altura logo no momento. Foi justo. Ainda bem que O MIRANTE esteve no local para presenciar o episódio. Desejo um excelente futuro ao José Neves, é um grande historiador.Domingos Pedro