A sessão, que reuniu mais de duas centenas de empresários e agentes de desenvolvimento, decorreu depois de uma reunião do ministro com os membros dos órgãos sociais da Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant). Segundo José Eduardo Carvalho, líder da Nersant, os empresários apelaram à agilização de procedimentos quando têm necessidade de recorrer a medidas de reestruturação como o lay-off, despedimentos colectivos, trabalho parcial, horário concentrado. “ Como diz um amigo meu, é mais fácil acabar com um casamento num processo de divórcio, que extinguir um posto de trabalho”, referiu à margem da reunião.No encontro com Vieira da Silva foram ainda apresentadas as preocupações da associação quanto à necessidade de se fazer a consolidação do passivo bancário das empresas, mais do que a concessão de novos créditos, e o reforço de capitais próprios.Questionado sobre a proliferação de empresas da região que recorrem ao lay-off ou a despedimentos, José Eduardo Carvalho lamentou o “anátema lançado na opinião pública” sobre uma empresa que recorra a esses mecanismos. “Estas medidas não visam o aniquilamento das empresas, antes pelo contrário”, disse.Impedidos de proceder a uma redução dos salários reais, como aconteceu na crise dos anos 1980, “os empresários têm de recorrer a instrumentos que possam permitir a redução, momentânea, durante o período da crise, dos custos salariais”, avançou.O presidente da Nersant manifestou ainda ao ministro o problema da ausência total de protecção social dos empresários e garante que Vieira da Silva mostrou “sensibilidade” para o problema.O ministro vai regressar brevemente à região, para um jantar alargado com empresários do distrito de Santarém.