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Altar com meio século desmorona-se nos Casais das Comeiras

Altar com meio século desmorona-se nos Casais das Comeiras

Moradores e paróquia esperam que a Câmara da Azambuja reconstrua o oratório

Um pequeno altar edificado em 1957 para comemorar a visita da imagem peregrina de Fátima aos Casais das Comeiras, concelho da Azambuja, desmoronou-se há duas semanas. Os moradores atiram culpas às obras da câmara e exigem que o monumento seja reconstruído. Pároco diz tratar-se de “grande perda”.

Um altar com 52 anos foi destruído nos Casais das Comeiras, concelho da Azambuja. O monumento de pedra, local frequente de peregrinação, não resistiu às obras de arranjos exteriores que estão a ser realizadas no largo da igreja e acabou por ruir há duas semanas durante a noite. O presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Joaquim Ramos, recusa responsabilidades e diz ter-se tratado de “vandalismo”. O largo da igreja dos Casais das Comeiras está a ser alvo de uma intervenção de arranjo urbanístico. “Sem se saber porquê, o altar começou a tombar para trás, chegou a ficar todo de lado e parecia prestes a cair a qualquer momento”, refere Deolinda Oliveira, moradora. Confrontados com a possibilidade do monumento religioso ruir os operários realizaram um escoramento de emergência, que não foi suficiente para manter o altar de pé. Viria a desmoronar-se nessa mesma noite. “É uma grande perda, porque tinha uns azulejos lindos e celebrava a visita da imagem peregrina de Fátima à nossa aldeia”, informa a nossa interlocutora. O altar foi erguido em 1957 e nunca mostrou fragilidades. “O altar estava já um pouco em mau estado e havia a intenção de o recuperar. Porém, quando os operários viram que ele estava a inclinar-se, fizeram um escoramento de emergência. O problema é que, durante a noite, alguém o vandalizou e ele caiu”, esclarece Joaquim Ramos, afiançando que o desmoronamento do altar “não foi resultado das obras que ali estão a ser feitas”. Alguns populares esforçam-se agora por salvaguardar parte da azulejaria que resistiu na esperança de que possa servir para a reconstrução do simbólico elemento religioso. A cruz partida, as telhas destruídas e alguns azulejos desfeitos desanimam alguns fiéis. “A destruição daquele altar é uma grande perda. Tratava-se de uma referência religiosa que estava, inclusive, incorporada no projecto de recuperação do largo da igreja dos Casais das Comeiras”, informa o pároco António Cardoso, defendendo que o simbólico altar deve ser reconstruído.“Devemos respeitar aquela imagem e o seu significado. Tanto quanto sabemos da autarquia, o desmoronamento deveu-se a um escoramento mal feito, não sabíamos que tinha sido vandalizado”, informa. A Câmara Municipal de Azambuja garante que vai, juntamente com a paróquia de Aveiras de Cima, acompanhar e estudar a melhor solução para o caso. Enquanto isso, os moradores mostram-se indignados. “Os Casais das Comeiras são sempre esquecidos e quando isso não acontece somos beneficiados com obras inúteis que não servem ninguém”, acusa Maria Cruz, residente. Para Deolinda Oliveira, “é uma pena transformarem o largo da igreja num jardim de betão”.
Altar com meio século desmorona-se nos Casais das Comeiras

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