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Críticas ao poder central na inauguração de maior telescópio público do país

Críticas ao poder central na inauguração de maior telescópio público do país

Presidente da Câmara de Constância recorda projectos que nunca viu passar do papel

“Coloque no cesto das velharias as obras por realizar e dê destaque ao grande trabalho que aqui tem feito”, retorquiu o Presidente da República.

Ver vídeo em: http://www.omirante.pt/omirantetv/index.asp?idgrupo=2&IdEdicao=54&idSeccao=514&id=29319&Action=noticiaO sol estava radioso e o calor apertava mas na manhã de sexta-feira, 20 de Março, choveram muitas críticas no Parque de Ciência Viva de Constância. O presidente da Câmara Municipal de Constância, António Mendes (CDU), aproveitou a presença do Presidente da República, Cavaco Silva, para lamentar a forma como o poder central tem tratado Constância, “um dos concelhos mais pequenos do país mas que não vê a celebração de um contrato-programa há mais de quatro anos”. O discurso contudente do autarca, que não se recandidata ao cargo, teve lugar momentos antes da inauguração do maior telescópio público de Portugal no Centro de Ciência Viência de Constância. Uma cerimónia presidida pelo Chefe de Estado e à qual assistiram centenas de pessoas, destacando-se a euforia de três turmas de alunos da escola EB 23/S Luís de Camões. António Mendes focou, em especial, “a mágoa” que sente ao despedir-se do seu cargo sem ter visto construída a nova ponte sobre o rio Tejo, um dos exemplos mais gritantes da dimensão da sua espera. “Há mais de 10 anos que alertamos os órgãos competentes para a necessidade de substituir a ponte”, apontou recordando que chegou a sentir que a obra estaria no bom caminho quando foi elaborado o ante-projecto e o estudo de impacte ambiental. “Quando tudo parecia bem encaminhado, as orientações deste Governo fizeram parar o processo e todos continuamos à espera, sem perceber as razões de tão imprevista medida”, criticou. O autarca interrogou os presentes, entre os quais o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, se será aceitável “esperar quase 20 anos” para ver erguer o Centro de Dia em Montalvo, um Lar de Idosos em Santa Margarida ou a remodelação do quartel de bombeiros de Santa Margarida. Atento ao puxão de orelhas que António Mendes acabara de dar ao poder central, Cavaco Silva respondeu prudentemente. “Coloque no cesto das velharias as obras por realizar e dê destaque ao grande trabalho que aqui tem feito”, retorquiu o Presidente da República. “Constância é uma prova de que grandes coisas podem ser feitas mesmo nos concelhos mais pequenos do interior do país”, salientou.Telescópio representa 56 mil euros de mecenato O maior telescópio público em funcionamento no país está disponível desde sexta-feira, 20, no Centro de Ciência Viva de Constância. Chama-se Ritchey-Chrétien e foi adquirido no âmbito de um protocolo de apoio mecenático, em 56 mil euros, estabelecido com a Fundação EDP, através do administrador Francisco de la Fuente Sanchéz. Com um diâmetro de 510 milímetros, tem um modo de operação idêntico aos dos maiores do mundo e permite, por exemplo, ver nitidamente uma galáxia em espiral localizada a 50 milhões de anos-luz da Terra quando nos telescópios comuns apenas se nota um borrão. Segundo o director do Centro de Ciência Viva de Constância, o astrónomo Máximo Ferreira, a aquisição deste telescópio é um salto qualitativo no parque de Astronomia, uma vez que o mesmo pode vir a ser utilizado pela comunidade de investigadores do país. Dada a sofisticação do sistema computorizado, a sua operação exige conhecimento prévio de manuseamento. Por isso só os astrónomos do centro poderão trabalhar com o sistema. “O público vai poder espreitar mas não operar o telescópio”, explica Máximo Ferreira. O presidente da Câmara de Constância considera que a aquisição deste telescópio é um importante contributo para o apetrechamento do Parque de Astronomia, espaço que a autarquia quer valorizar, no futuro, com a construção de um espaço multiusos.
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