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Vasco Esteves

Vasco Esteves

40 anos, solicitador de execução

Nasceu na Golegã a 18 de Junho de 1968 e é nesta vila que vive e trabalha como solicitador de execução. Solteiro e de bem com a vida, Vasco Esteves diz que se guia por dois lemas. “Vive e deixa viver” e “fazer o bem sem olhar a quem”.

Nasci na Golegã, na casa da minha avó. Vivo cá e gosto muito da minha terra apesar de sentir que no interior não há tantas oportunidades de trabalho como nas grandes cidades. Tirei o curso de solicitador em Lisboa (através da Câmara dos Solicitadores) e resolvi abrir um escritório aqui na Golegã. Em 2003 foi criada, através da alteração do código do processo civil, a profissão de solicitador de execução. Em pequeno queria ser jornalista mas não se proporcionou. Também sempre tive uma atracção pelo curso de Direito, mas optei por tirar uma formação mais prática de modo a conseguir trabalhar mais depressa para poder ter alguma qualidade de vida. Gosto muito do que faço. Abri escritório na Golegã em 1995 e em Leiria em 2006. Faço, actualmente, a gestão de uma equipa de seis pessoas e de mais uma em part-time. Devo muito aquilo que sou hoje às pessoas que trabalham comigo.Os cursos de solicitador de execução estão na moda. As funções reportam-se à recuperação de um crédito através de um processo executivo que decorre sob controle do juíz, executando todas as funções processuais, nomeadamente citações, notificações, penhoras, vendas, tudo com o objectivo da recuperação de um crédito e sempre dentro da legalidade. Sinto-me bem na profissão. Quando se trabalha por conta própria não há horários. Ainda por cima quando se trabalha com processos que envolvem questões financeiras de outras pessoas. O nosso trabalho complementa muito o trabalho dos advogados, neste momento. Basicamente faço penhoras. Hoje em dia sinto que as pessoas não pagam porque não podem. Também trabalho muito com empresas e na venda dos bens penhorados para conseguir apurar algumas receitas e liquidar dívidas. Não é correcto pensar-se que a minha actividade está a crescer devido à crise. Não gosto de sentir que as pesssoas vivem mal. Dívidas sempre existiram. O meu objectivo é fazer um trabalho que possa auxiliar na recuperação de créditos. Se a economia se encontra debilitada, as pessoas desempregadas e as empresas não têm lucros a minha função acaba também por ser penalizada. Encaro esta profissão muito seriamente e todos os dias debatemo-nos com problemas sociais muito graves. Não sei montar a cavalo embora seja da Golegã. Gosto de passear e conhecer outras paragens nos meus poucos tempos livres. Nunca tiro muitos dias de descanso seguidos e as minhas férias, normalmente, coincidem com as ferias judiciais. Fico frustrado quando alguém me pede ajuda e não posso ajudar. Tenho dois lemas de vida. “Vive e deixa viver” sem olhar a cores e raças e “Fazer o bem sem olhar a quem”. Às vezes basta dar uns minutos de atenção a alguém, conversar, partilhar angústias ou um conselho.Elsa Ribeiro Gonçalves
Vasco Esteves

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