O Safio, pescado nas águas do Oceano Atlântico, na Mauritânia (Terra dos Mouros em Latim), foi parar directamente à banca de peixe que Carlos Dias tem no mercado de Alverca do Ribatejo. O exemplar pesa 11 quilos e mede quase 1,80 metros. “Do umbigo para baixo é complicado vender pois é pouco comercial devido às muitas espinhas. Um quilo custa oito euros. A parte de cima é um espectáculo e por isso é mais caro. Levo 12 euros”, afirma o peixeiro de 44 anos. Embora a elevada quantidade de espinhas não o torne especialmente atractivo pode-se confeccionar o safio de várias maneiras para satisfazer os desejos dos apreciadores. “Frito é a coisa mais gostosa que há. Mas também pode ser cozido, grelhado, preparado numa caldeirada ou então simplesmente com arroz”, garante Carlos Dias. O pescado pode atingir o comprimento máximo de três metros e chegar aos impressionantes 110 quilos. Habita fundos rochosos e arenosos enquanto jovem, deslocando-se para águas mais profundas quando chega à idade adulta. Reproduz-se apenas uma vez na vida, é um predador nocturno e alimenta-se de peixes, crustáceos e cefalópodes. “A maior parte dos peixes grossos são pescados na Mauritânia e Senegal”, assegura Carlos Dias, enquanto atende um dos muitos clientes que foi angariando ao longo de mais de vinte anos que vende peixe no mercado de Alverca.“Tenho fregueses de Vialonga, Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria. De muitos sítios do concelho de Vila Franca de Xira. Alguns são meus amigos e já vêm aqui há muitos anos. Sabem que o que não é bom para eu comer não é bom para eu vender”, conclui, Carlos Dias, o peixeiro que foi criado nos mercados. Jorge Afonso da Silva