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Alverca é o refúgio para os resistentes do xadrez no concelho de Vila Franca

Antiga sede da SFRA acolhe o clube dedicado à modalidade
Grupo “Peões de Alverca” cresceu em 2009 e organiza III Xira Xadrez. Ernesto Loureiro, vice-presidente do clube, guiou O MIRANTE numa incursão rumo ao xeque-mate. São 19h00 e o sol desaparece no horizonte em Alverca. Os xadrezistas entram no edifício da antiga sede da Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense (SFRA) para mais uma jornada do III Xira Xadrez, torneio organizado pelo “Grupo Peões de Alverca”. Os apertos de mão e as saudações sucedem-se. Às 20h00, os relógios começam a contar e, para muitos, o jogo deve ser resolvido tão cedo quanto possível. Para outros, o relógio contará alguns minutos antes que se sentem frente ao tabuleiro. “À partida, nunca se sabe quando tempo irá demorar uma partida, excepto no caso do jogo rápido”, explica Ernesto Loureiro, 73 anos, vice-presidente do Grupo “Peões de Alverca”. O dirigente, que joga há mais de seis décadas, refere que no torneio organizado pelo clube, o tempo determinado é o de um máximo de duas horas para cada jogador, terminando os torneios obrigatoriamente pelas 00h00. Muitas horas antes, no entanto, vários jogos ficarão resolvidos. “Há partidas rápidas que duram até dez minutos, e semi-rápidas, que duram entre dez a trinta minutos, com vitória para que melhor tiver aproveitado o jogo nesse tempo. As lentas podem demorar uma hora e um quarto, ou uma hora e meia com incremento de tempo por cada lance”, relata. Na mesma mesa, juntam-se adversários de diferentes idades. Joga-se em regime de “absolutos”, ou seja, num emparelhamento em que os mais jovens e os mais velhos são sorteados juntos e podem jogar entre si. “A experiência conta sempre, porque há automatismos que os jovens ainda estão a aprender e os mais velhos já sabem de olhos fechados”, explica. O torneio, que junta catorze xadrezistas num circuito de sete jornadas, é aberto aos jogadores do concelho e de fora. O número de inscritos, lamenta Ernesto Loureiro, não corresponde à dimensão do clube. “Temos mais de trinta jogadores”, assegura. Nas fileiras dos “Peões de Alverca” militam, desde 2008, vários jogadores que competiram pela SFRA e se juntaram ao clube quando aquela instituição deixou de manter uma secção de xadrez. O grupo nasceu em 1992, separando-se da SFRA, mas as duas equipas competiram até ao ano passado. O circuito Xira Xadrez, para Ernesto Loureiro, é uma forma de “manter em competição os jogadores de xadrez e prepará-los para as provas oficiais”. Na versão actual, o clube milita na segunda divisão nacional. As individualidades, no entanto, aparecerem e mostram resultados. Miguel Silva foi campeão nacional de sub-16 em 2008. Ricardo Santos e Luís Guimarães são dois dos mais destacados jogadores. Na XX Taça de Lisboa, a equipa vai apresentando bons resultados, liderando a prova por equipas. Em Alverca, à medida que os jogos vão acabando, os adversários saem da sala e vão conversando baixinho, à entrada, nas escadas ou lá fora. O xadrez, desporto “mental e de concentração, mas com uma grande dose de criatividade”, inclui código de conduta. E incomodar jogadores a meio de uma partida não faz parte das atitudes permitidas. Cebi pode fornecer jogadores O Grupo de Xadrez “Peões de Alverca” tem como objectivo trazer mais jovens para a modalidade. Os jovens do grupo de xadrez da Fundação Cebi, em Alverca, são um dos alvos prioritários, segundo Ernesto Loureiro. “Gostava de os chamar para a competição oficial logo que seja possível, mesmo que no nível escolar. A fundação tem desenvolvido um trabalho notável e os jogadores poderiam competir com maior regularidade, sem prejudicar os estudos”, sublinha o responsável. A escola, salienta Ernesto Loureiro, deve ser uma prioridade para quem é jovem e pratica a modalidade. “O xadrez serve para fazer bons estudantes, bons Homens e bons desportistas. Não se admite que alguém se desculpe por ter más notas com o facto de jogar xadrez. A modalidade é uma ajuda para singrar na Matemática, na Psicologia, e em todas as disciplinas em que seja necessário o pensamento analítico”, explica o vice-presidente do Grupo “Peões de Alverca”.

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