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Mouchão da Póvoa colocado à venda na internet preocupa Bloco de Esquerda

O futuro do mouchão da Póvoa - a maior ilha do estuário do Tejo, que foi recentemente colocada à venda e referida num site de mediação imobiliária canadiano, como O MIRANTE noticiou - está a preocupar o Bloco de Esquerda. A deputada Alda Macedo questionou o Governo sobre a matéria, procurando saber se tem conhecimento de algum projecto de empreendimento turístico para aquele mouchão e se esse eventual projecto é candidato a PIN (potencial interesse nacional).A parlamentar bloquista recorda que esta ilha, com cerca de 1200 hectares, já nas proximidades do Parque das Nações, é um património de elevado valor natural inserido na Reserva Natural do Estuário do Tejo e considerado de grande importância ao nível da fauna e da flora. “O mouchão da Póvoa transformou-se numa importante área agrícola devido à fertilidade das suas terras, mas encontra-se abandonado e sem manutenção dos diques e comportas que sustentam a sua existência”, refere a deputada.Alda Macedo sublinha que um site canadiano faz referência ao mouchão, afirmando que estaria à venda por cerca de 240 milhões de euros e informando que "há perspectivas para a construção de um resort de golfe com vários apartamentos luxuosos, com a possibilidade de uma pequena marina e pelo menos um luxuoso hotel spa”. De acordo com a parlamentar, o mesmo site acrescenta que as "negociações para futuros desenvolvimentos estão em fase inicial”, que o projecto poderá ser facilmente alterado e que as administrações central e local portuguesas "estão empenhadas no desenvolvimento da ilha". O mouchão da Póvoa pertence, há mais de uma década, à empresa “Ilha - Indústria Agrícola, SA”, que admite que colocou o espaço à venda, mas por cerca de 30 milhões de euros. Responsáveis da firma garantem, contudo, que desconhecem como estas referências ao mouchão chegaram ao site e como surgem o valor e as condições neles mencionados.Alda Macedo pergunta se o Ministério do Ambiente “considera legítimoque se anuncie a venda de áreas protegidas, que possuem vários condicionalismos ao uso do solo, com este tipo de conteúdo”. Questiona também se o Governo pretende expropriar o mouchão da Póvoa”, alegando utilidade pública, considerando que a actual empresa proprietária não terá capacidade para assegurar o ordenamento e gestão da área.O mouchão da Póvoa (identificado no site canadiano como “muchao da Poava”) continua à venda pela mediadora imobiliária, sustentando ainda, como nota explicativa, que a “ilha de Lisboa” fica a apenas 300 metros da “costa” da capital portuguesa e beneficia também da proximidade do Porto de Lisboa e do aeroporto, de que distam cinco e seis quilómetros, respectivamente.

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