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PCP defende plano de emergência para combater falta de médicos de família

Dirigente distrital diz que há 75 mil utentes sem médico no distrito
O responsável pela direcção da organização do PCP/Santarém manifestou “sérias preocupações” relativamente à situação de “mais de 75 mil utentes sem médico de família” no distrito, que podem duplicar até ao final do ano. Segundo Octávio Augusto, que sexta-feira participou na apresentação do candidato da CDU à Câmara de Abrantes, “o facto de os números oficiais apresentarem já 75 mil utentes sem médico de família no distrito configura um problema gravíssimo, sendo que, até ao final do ano, estes valores devem disparar para o dobro, com todas as nefastas consequências daí inerentes”.Segundo afirmou à Lusa, “o PCP vai tomar a iniciativa, na Assembleia da República, de propôr um plano de emergência distrital porque esta situação já não se resolve com paliativos. Estamos à beira da ruptura em vários municípios e urge tomar medidas excepcionais”. “Não há solução para isto, pela falta de médicos e de políticas atempadas para evitar uma situação que se adivinhava, pelo que se deve tentar minimizar os efeitos deste problema”, acrescentou. “Em Abrantes, mais de 3 mil pessoas estão hoje sem médico de família, mas a situação ainda se vai agravar mais até ao final do Verão, atendendo à aposentação anunciada de mais alguns médicos de clínica geral. Até ao final do ano, estima-se que mais de 10 mil abrantinos não terão o habitual médico de família numa população global de cerca de 40 mil habitantes”.“Esta grave situação está a ocorrer em Abrantes, mas também em Constância, Alpiarça, Benavente, Salvaterra, Torres Novas e Santarém. Se em 2008 eram 40 mil as pessoas sem médico de família no distrito, hoje são 75 mil. Com a passagem à reforma de dezenas de profissionais de saúde, até ao final do ano, esses valores vão seguramente atingir os 150 mil utentes”, afirmou o dirigente comunista.Octávio Augusto refere como “respostas possíveis”, a “rentabilização dos meios que existem, a solicitação de um esforço suplementar aos médicos que estão ao serviço e aferir da disponibilidade dos médicos que se reformam para continuarem a prestar serviço por mais algum tempo”.“Também as Unidades da Saúde Familiares (USF) devem ser reavaliadas, porque são uma das razões da ruptura do sistema. Como houve médicos que deixaram de estar nos centros de saúde e foram para as USF, tapou-se de um lado mas destapou-se no outro”, concluiu.A falta de médicos tem sido assumida pelos responsáveis da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo e as dificuldades em contornar a situação são ainda mais acentuadas por não haver clínicos dispostos a exercerem no interior. Na última edição de O MIRANTE, o presidente da ARS admitia que 14 por cento dos utentes não tem médico de família. Rui Portugal informou ainda que se encontram em processo formativo, no distrito, 36 médicos a concluir o internato de medicina geral e familiar, que a curto prazo podem reforçar o número de clínicos na região.

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