Fátima venceu Monsanto num jogo do nada
Fatimenses já tinham garantido o play off da subida e monsantenses a manutenção
Centro Desportivo de Fátima e Grupo Desportivo e Recreativo de Monsanto as duas equipas, actualmente, mais representativas do distrito de Santarém no futebol nacional, disputaram domingo, um jogo a contar para a fase de apuramento de campeão da série C do Campeonato Nacional da Segunda Divisão. Um jogo do nada, as duas equipas já tinham garantidos os seus objectivos. O Fátima já tinha garantido o título de campeão de série e a passagem ao play off de subida à Liga de Honra. O Monsanto também já tinha garantido a manutenção.Previa-se um jogo de festa, mas logo à partida ao olhar para as bancadas, notou-se uma estranha ausência de público. “Esperam para fazer a festa da subida e até da conquista do título nacional”, dizia um responsável, embalado na excelente carreira da equipa de Fátima.Assim o jogo servia apenas para cumprir calendário e os jogadores das duas equipas interiorizaram essa situação, numa partida que acabou por se desenrolar numa toada lenta e com pouco interesse. O treinador Rui Vitória também aproveitou para fazer a gestão do plantel, deixando de fora alguns dos jogadores mais utilizados. Mesmo assim o Fátima com melhores valores, resolveu o jogo em dois minutos. Aproveitando dois lances de apatia da defesa do Monsanto, aos 27 e 28 minutos, João Fonseca e Bruno Matias fizeram dois golos colocando o Fátima com uma vantagem confortável, que foi gerindo ao longo do resto do jogo.A segunda parte foi ainda mais monótona do que a primeira. As duas equipas acomodaram-se e embora os jogadores do Monsanto se esforçassem um pouco mais, nunca conseguiram colocar em perigo a vitória do Fátima. Os comandados de Vítor Alves, que do banco bem os tentava motivar, acabaram por marcar o tento de honra já em período de compensação, através de uma grande penalidade convertida por Pedro Fazenda.Logo a seguir o árbitro António Resende, que veio de Aveiro e fez uma boa arbitragem, deu o jogo por terminado e os jogadores e treinadores das duas equipas saíram do campo abraçados. Foi a parte mais bonita do jogo.Rui Vitória lamenta ter que disputar um play offNo final do jogo, na habitual conferência de imprensa, o treinador do Fátima, Rui Vitória, mostrou-se satisfeito com a prestação dos seus jogadores neste jogo “do nada” e com a conquista dos dois pontos. “É importante continuar a vencer, para que os jogadores não desmobilizem e percam a dinâmica de vitória”, disse.Mas o técnico estava mais contra o facto da sua equipa ter que disputar uma eliminatória a duas mãos para subir à Liga de Honra. “Dominámos a série C da Segunda Divisão desde o início, fomos os primeiros a assegurar a presença no acesso aos campeonatos nacionais, ainda faltavam duas jornadas para o fim desta fase. “É uma crueldade, é quase criminoso, obrigar uma equipa com este desempenho a disputar uma eliminatória a duas mãos para alcançar os objectivo de subida. Um objectivo mais que merecido, mas que vai ser muito difícil e é sempre imprevisível”, lamentou.Rui Vitória ainda não sabe quem vai ser o seu adversário, só na última jornada, Carregado e Lagoa decidem qual deles vai chegar ao play off. Mas assegura que a evolução que a sua jovem equipa tem conseguido ao longo da época lhe dá muita confiança. “Tenho à minha disposição um grupo de jogadores que têm vindo a disputar autênticas finais, mostram uma grande vontade de aprender e integram-se num colectivo muito forte, por isso a minha confiança é muito grande. Garanto que, independentemente dos resultados que venhamos a alcançar, sairemos sempre do campo com um elevado sentido do dever cumprido”.Vítor Alves criticou ausência dos responsáveis do futebol distritalO técnico do Monsanto, Vítor Alves mostrou bem a satisfação pelos objectivos conseguidos pelas duas equipas, deu os parabéns aos seus jogadores e a toda a estrutura do Fátima, e foi muito crítico face à ausência de responsáveis do futebol distrital a assistir ao jogo. “Estávamos perante um jogo de festa, um jogo que opunha as duas equipas que são, actualmente, as mais representativas do distrito. Um jogo que comemorava a obtenção de objectivos bem difíceis, por isso penso que merecia a presença dos responsáveis da associação, isso não aconteceu e não posso deixar de o lamentar”, disse com desassombro.Vítor Alves chamou a atenção para o trabalho efectuado por toda a estrutura do Monsanto, mas não confirmou ainda a sua continuação no clube. “Quando me apresentei neste clube há três anos, não esperava estar cá tanto tempo, nem estar-mos no patamar em que estamos. O futuro a Deus pertence. Só depois do último jogo nos debruçaremos sobre o futuro. Será a estrutura do Monsanto a decidir se quer ou não dar continuidade a este projecto, que não foi fácil, que honra o nosso distrito”, disse.“Vamos ver o que é que o futuro vai dar. Por mim, não descarto possibilidade alguma, sei que as pessoas também estão satisfeitas com o trabalho que tem sido realizado. Nós também queremos sempre mais e melhor, mas também sabemos das dificuldades, não podemos ter sonhos megalómanos. Vivo ali em Monsanto com prazer, e se isso poderá dizer alguma coisa, acredito que dentro de 10 ou 15 dias teremos mais certezas quanto ao futuro”, garantiu Vítor Alves.
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