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Arquitectos têm ideias para aproveitar viaduto sem saída no Forte da Casa

Executivo de Maria da Luz Rosinha está contra alternativa
A requalificação do viaduto sem saída, no Forte da Casa, concelho de Vila Franca de Xira, está a ganhar adeptos entre autarcas e arquitectos. A proposta da Ordem dos Arquitectos de um concurso de ideias informal com alternativas à demolição, feita em Março, irritou a maioria PS na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira mas está a ganhar apoios na oposição e no executivo da Junta de Freguesia do Forte da Casa. Foram vários os arquitectos que enviaram propostas de projecto à autarquia, mas viram rejeitada a recepção dos documentos. O MIRANTE foi ouvir um dos autores que acredita na recuperação de uma obra destinada pela câmara a ser demolida, mas que continua sem autorização do proprietário para ir abaixo. Pedro Martins Rodrigues, arquitecto natural de Vila Franca de Xira, foi um dos participantes que respondeu à ideia da Ordem dos Arquitectos. O técnico concebeu a transformação da estrutura num edifício, “com custo equivalente ao de um pavilhão industrial”, com uma área de eventos, um auditório e pistas para ciclovias e passeio pedonal. “A minha proposta passava por aproveitar a oportunidade de qualificar um espaço que está descaracterizado, dando-lhe sentido”, explica o técnico. O autor do projecto, que viu gorada a sua tentativa de entrega do projecto na câmara municipal, defende que a sua ideia deve ser vista como “uma proposta útil” para “dar estrutura a uma zona com uma marca muito negativa”. A ideia recebeu de imediato o apoio do vereador Rui Rei, da Coligação Mudar Vila Franca, que considera que o projecto, tal como as outras ideias criadas pelos arquitectos que responderam ao apelo da Ordem dos Arquitectos “podem ser úteis nas decisões camarárias futuras em relação ao destino da estrutura”. O autarca condena a recusa da autarquia em receber as propostas. “É lamentável que o executivo que evite a promoção da cidadania e discussão de ideias gerada pelo concurso”, considera o social-democrata, para quem a câmara “deveria gostar de conhecer as propostas e requerer à ordem as propostas entregues”. O presidente da Junta de Freguesia do Forte da Casa, António José Inácio, também apoia a ideia de requalificação do viaduto. “Nunca fui a favor de deitar o viaduto abaixo. Devia ser encontrada uma solução técnica para a estrutura”, defende o autarca. A recuperação do viaduto, com a sua transformação em espaço de cultura e lazer, “é uma alternativa boa”, refere o autarca. “desde que a decisão passe pelo parecer da Junta de Freguesia do Forte da Casa, uma vez que o actual viaduto se encontra exclusivamente nesta freguesia”, sublinha. Quem não gostou da ideia foi a maioria socialista na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Depois da publicação, em Março, no Jornal de Arquitectos, de um artigo de opinião em que se defendia a criação de um concurso de ideias informal para a recuperação do viaduto, a autarquia escreveu uma carta ao bastonário da ordem exigindo desculpas, entretanto apresentadas. “Pretendemos demonstrar o nosso desagrado pela forma abusiva sobre como o nome da autarquia foi utilizado, ao colocarem a nossa morada no artigo. Não fomos tidos nem achados no processo. Devia ter sido acertado connosco”, sublinha o vice-presidente do executivo, Alberto Mesquita. Para Nuno Libório, vereador da CDU e candidato da coligação à autarquia, a questão de suspender a demolição não se põe. “Quando é que vai abaixo?”, questiona. A resposta não chega enquanto a autorização escrita da empresa José Maria Duarte Júnior não for entregue à câmara.

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