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De Alverca a Pampilhosa da Serra de bicicleta em nome da fé

De Alverca a Pampilhosa da Serra de bicicleta em nome da fé

Um jurista e um teólogo vão pedalar 250 quilómetros em cinco dias

Mais de 250 quilómetros separam Alverca do Ribatejo da Pampilhosa da Serra. Nada que assuste um jurista e um teólogo que se preparam para fazer a ligação das duas localidades de bicicleta imbuídos no espírito de Fátima.

A ideia original nasceu há cerca de um ano depois de uma conversa entre António Rosa e Manuel da Quelha: Levar duas imagens dos pastorinhos de Fátima, Francisco e Jacinta, numa peregrinação sobre duas rodas desde Alverca do Ribatejo até Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra. Os dois estão dispostos a percorrer mais de 250 quilómetros de bicicleta durante quatro a cinco dias em nome da fé.Natural de Lisboa, 33 anos, António Rosa é jurista e tem as suas raízes na Pampilhosa da Serra, mas mora em Alverca do Ribatejo desde 2003. Manuel da Quelha tem 50 anos, é escritor e licenciado em Teologia. Mora em São João da Talha, concelho de Loures, mas, tal como o seu companheiro de jornada, tem as suas origens na “Capital do Sossego”, Pampilhosa da Serra.Imbuídos no espírito religioso de Fátima os peregrinos sairão de bicicleta desde a Igreja dos Pastorinhos, a primeira do mundo a ser consagrada aos beatos Francisco e Jacinta, sediada em Alverca do Ribatejo, no dia 10 de Junho, Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas. “Entendemos isto como uma espécie de retiro espiritual. Durante quatro ou cinco dias vamos desligar-nos do mundo e levar de Alverca duas imagens dos Pastorinhos até à terra dos nossos pais, Pampilhosa da Serra, onde há uma grande fé em Fátima”, revela António Rosa.O objectivo não é fazer uma peregrinação em massa, uma vez que isso desvirtua o espírito da caminhada religiosa, de acordo com os organizadores. Ao longo dos últimos meses António e Manuel têm feito vários convites a pessoas com raízes na Pampilhosa da Serra e com espírito peregrino. “Tem sido difícil arranjar pessoas com disponibilidade física, temporal e financeira”, confessa o jurista.Aceitam, no máximo, até 20 inscrições. Mas mesmo sem voluntários o percurso vai cumprir-se. “Eu e o Manuel partiremos sejam dez, vinte ou nenhum. Até porque as imagens estão a caminho e serão oferecidas à igreja matriz da Pampilhosa quando chegarmos lá”, garante António Rosa.Tiveram o apoio de Dom Eurico Nogueira, ex-Arcebispo de Braga, que achou a ideia interessante e ajudou nos contactos com algumas casas que fabricam imagens de Santos, pagando inclusivamente o transporte das imagens de Braga até Alverca.Como se trata de uma iniciativa particular os dois organizadores têm-se deparado com alguns problemas para angariar apoios financeiros e logísticos. Decidiram não pedir apoio à paróquia de Alverca que está ainda a canalizar o dinheiro para o pagamento da igreja. Têm apenas apoio moral quer da paróquia de Alverca quer da Pampilhosa da Serra. Em breve vão abordar duas ou três grandes superfícies para que lhes seja cedida alimentação durante a jornada religiosa. “Quanto menos dinheiro gastarmos em logística, mais temos para canalizar para pagar os 500 euros das duas imagens”, assegura António Rosa. Esperam recolher os fundos e material necessário que os ajude a levar avante o “desafio” e garantem que a preparação física já começou. Manuel da Quelha já fez 12 peregrinações a Fátima, com a última a terminar no início desta semana, e António Rosa tem treinado quase diariamente.Roteiro de uma peregrinaçãoOs ciclistas peregrinos serão acompanhados por um veículo de apoio que transportará as duas imagens dos pastorinhos de Alverca do Ribatejo até Pampilhosa da Serra. O percurso provisório aponta para que a viagem percorra as localidades de Vila Franca de Xira, Alenquer, Azambuja, Cartaxo, Santarém, Alcanena, Fátima, Ourém, Tomar, Ferreira do Zêzere, Sertã, Pedrógão Grande até chegar, finalmente, à vila de Pampilhosa da Serra. Apesar de não saberem se vão conseguir cumprir o calendário está previsto que pernoitem em Santarém, na segunda noite no Santuário de Fátima e depois em Ferreira do Zêzere. Na quarta noite esperam dormir em Pedrogão Grande. Sempre acolhidos por instituições religiosas.
De Alverca a Pampilhosa da Serra de bicicleta em nome da fé

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