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Vila Franca tem uma forte comunidade de astrónomos amadores

Vila Franca tem uma forte comunidade de astrónomos amadores

Director do Observatório Astronómico de Lisboa visitou biblioteca municipal

A comemoração do ano internacional da astronomia não passou indiferente em Vila Franca onde existe uma forte comunidade de apaixonados por esta ciência.

O concelho de Vila Franca de Xira tem uma forte comunidade de astrónomos amadores que não passa despercebida nos círculos astronómicos nacionais. Os vilafranquenses gostam de olhar as estrelas e até o actual director do Observatório Astronómico de Lisboa, Rui Agostinho, diz conhecer alguns deles.“Desde os anos 90, com os programas da astronomia no Verão, que o país se tem desenvolvido nesta área. Conheço muitos astrónomos amadores aqui da zona de Vila Franca e sei que estão ligados a muitas acções e projectos”, afirmou Rui Agostinho a O MIRANTE, no final de uma sessão onde falou sobre a astronomia, que decorreu na biblioteca municipal de Vila Franca de Xira no dia 30 de Abril.“As condições de vida no Universo” foi o título da apresentação que teve como objectivo comemorar o ano internacional da astronomia. Mais de 40 pessoas assistiram a uma apresentação dinâmica que incluiu projecção de vídeos, fotos e dados científicos sobre o universo. Partindo do “big bang” até à formação dos planetas, o público pôde descobrir que existem 10 dimensões diferentes no espaço, um sem-número de galáxias e conheceu o real lugar do homem no cosmos. Buracos negros, cometas, formação de estrelas e até auroras boreais, tudo foi abordado em mais de três horas de conversa onde o público também aproveitou a oportunidade para colocar questões ao director do observatório. “Dentro de alguns milhares de anos a vida acabará por se extinguir no nosso planeta. E dentro de pouco mais de 200 anos estaremos numa nova idade do gelo. Se não for devido à poluição será devido às normais mudanças no eixo de rotação do nosso planeta”, afirmou o doutorado, enquanto explicava a importância de estudar os céus para inovar na terra. “A nossa vida é tudo ciência pura e dura. Pense na electrónica de ponta e na indústria farmacêutica actual. Toda ela advêm do estudo da física e química da astronomia. Os gravadores digitais nos anos 50 eram física de laboratório. Hoje fazem-se nas fábricas e nem ligamos ao que está por detrás do invento. A câmara CCD que hoje está nos telemóveis era, nos anos 60 e 70, um instrumento caríssimo dos telescópios dos astrónomos”, explica Rui Agostinho.As ciências que estudam a astronomia estão também a ser importantes na revolução tecnológica que actualmente se vive. Segundo uma estatística de 2006, cerca de 65% das novas patentes já exigem conhecimentos de mecânica quântica, “ou seja, física dura. Quem quer estar na tecnologia de ponta tem de ter físicos a trabalhar a sério”, refere o nosso interlocutor, afiançando que “já não basta juntar roldanas com arames para fazer um batedor de ovos”. É preciso ir mais além. Dominar a mecânica quântica poderá mudar radicalmente a face da humanidade. Uma das instalações na vanguarda desse estudo (juntamente com o estudo de partículas) é o European Organization for Nuclear Reserach, mais conhecido por CERN, situado perto de Genebra, na Suíça.
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