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Só há duas equipas de intervenção permanente em todo o distrito

Só há duas equipas de intervenção permanente em todo o distrito

Muitas candidaturas terão de ser reformuladas por não cumprirem regulamento

Equipas com cinco bombeiros asseguram 40 horas semanais e são pagas pela Autoridade Nacional de Protecção Civil e pelos municípios. No distrito só Golegã e Entroncamento prescindiram da oportunidade.

Longe vai o tempo em que ao toque da sirene aparecia mais de uma dúzia de bombeiros em poucos minutos. São raros os que deixam o trabalho para acudir a uma emergência. E não é por falta de vontade. “É o receio de perderem o emprego que sustenta as suas famílias”, explica José Guilherme, comandante dos Bombeiros Voluntários de Benavente, a segunda corporação no distrito de Santarém a avançar com uma Equipa de Intervenção Permanente (EIP). A primeira equipa entrou em funções em Constância no dia 2 de Abril. No distrito de Santarém apenas Entroncamento e Golegã não apresentaram candidaturas, mas a maioria ainda aguarda aprovação por parte da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) que assegura metade dos custos com salários dos bombeiros, a outra metade é por conta dos municípios.António Júlio, chefe da EIP de Benavente, garante que foi a concretização de um sonho para cinco bombeiros porque todos eram voluntários e desejavam dedicar-se ainda mais à causa. “É a possibilidade de podermos fazer o que gostamos, sendo remunerados e com outras condições”, refere. Mas não se pense que é o salário que motiva os bombeiros. Cada elemento da equipa recebe 617 euros mais subsídio de alimentação. O líder recebe mais 25 por cento. “Não estamos pelo dinheiro. Para os bombeiros, o dinheiro é sempre secundário. Só precisamos dele para viver”, refere Jorge Carvalho, que tem carta de pesados, como quatro dos cinco elementos, e poderia ter um salário mais volumoso como motorista.Em Constância, a EIP é liderada por Andreia Coelho, uma voluntária que está a concluir um curso ligado à protecção civil. Os cinco elementos foram escolhidos por consenso entre o grupo de 12 candidatos e foram todos aprovados à primeira como em Benavente. “Todos os 12 interessados aceitaram a decisão. Não houve ressentimentos dos que ficaram de fora”, garante o comandante Adelino Gomes que é também presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Santarém.Segundo o responsável, está para breve a criação de mais EIP no distrito. Muitas viram reprovadas as suas candidaturas porque não cumpriam os regulamentos. Todos os candidatos têm de ter menos de 40 anos e não podem ter vínculos contratuais com associações ou empresas. Os bombeiros foram sujeitos a avaliação curricular e a testes físicos e “alguns chumbaram nas provas físicas”, confirma o presidente da federação. Nos casos em que os bombeiros já eram funcionários das associações, tiveram de cessar ou suspender o vínculo contratual para fazer um contrato de um ano renovável até três anos. Uma medida que oferece alguma segurança aos bombeiros, embora a avaliação seja contínua e qualquer falha grave possa dar origem a uma rescisão.Os comandantes de Benavente e Constância consideram que as novas equipas são um reforço significativo e solucionam o problema da indisponibilidade no horário laboral. “Temos uma média diária de 16 ocorrências em situações de emergência e tínhamos grande dificuldade em ter pessoal”, explica José Guilherme em Benavente. Adelino Gomes, comandante de Constância, defende que a importância do serviço justifica o esforço das autarquias e realça o facto destes bombeiros terem uma formação adequada para situações de emergência pré-hospitalar mas também em fogos e podem ajudar as Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) que começaram a trabalhar esta segunda-feira.
Só há duas equipas de intervenção permanente em todo o distrito

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