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“Maiko” ou a tradição da iniciação de uma gueixa

“Maiko” ou a tradição da iniciação de uma gueixa

Inestética apresenta até 30 de Maio conjunto de cinco performances

Como se movimenta uma aprendiz de gueixa? Como transmite leveza, rapidez, exactidão, visibilidade e multiplicidade? Uma viagem ao mundo oriental à luz dos cinco conceitos de Italo Calvino. Cinco performances à escolha para ver até 30 de Maio no Inestética Lounge, em Vila Franca de Xira.

A porta do salão abre-se num sábado à noite. Já passa das 22h30. Alguns minutos de tolerância para os espectadores atrasados de um espectáculo que tem lotação máxima de sete pessoas. De repente esquece-se o primeiro andar do Inestética Lounge, com entrada ao lado do café central de Vila Franca de Xira. Deixa-se a cultura ocidental por 20 minutos para mergulhar no maravilhoso mundo oriental do ritual de iniciação de uma gueixa, tradição milenar. O ambiente é intimista. De sedução. O espectador é convidado a sentar-se. Partilha-se uma chávena de chá. Os espectadores que ficam à margem são quase protagonistas de um voyerismo.“Maiko” [aprendiz de gueixa] é uma produção da companhia teatral Inestética, que estreou a 15 de Maio. O espectáculo é um conjunto de cinco performances à luz dos conceitos defendidos por Italo Calvino em “Seis propostas para o próximo milénio”: leveza, rapidez, exactidão, visibilidade e multiplicidade (o autor não chegou a abordar o sexto conceito – a consistência). Cada característica é explorada em cada uma das cinco performances. Cada maiko tem a sua personalidade própria. A sua emoção dominante. “Elas constroem metáforas visuais que sintetizam esses conceitos”, explica o encenador, Alexandre Lyra Leite, que há algum tempo vinha a amadurecer a ideia do espectáculo para a passar ao palco.O projecto é modular, mas nem por isso redutor. “Há leituras diversas que podem ser feitas em função do espectáculo. O facto de as pessoas poderem optar implica logo um determinado jogo”, defende Alexandre Lyra Leite. “Existe uma estrutura base, uma estrutura coreográfica que é cumprida, que tem que ver com uma série de rituais. Existe, por exemplo, o ritual do chá que as maikos têm que aprender e um ritual de danças que são depois utilizadas na sua condição de gueixas”, explica o encenador que considera interessante que seja o espectador a verificar essas diferenças e a escolher as maikos e os conceitos que lhe parecem mais interessantes.Para a primeira fase do projecto – circunscrito a quatro paredes, com jogo de luzes e requinte de trajes próprios da tradição japonesa - foram convidadas intérpretes de várias nacionalidades que representam um olhar assumidamente ocidental sobre uma tradição japonesa. O espectáculo pode ser visto até 30 de Maio, mas será reposto em Setembro.
“Maiko” ou a tradição da iniciação de uma gueixa

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