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Igreja de Povos não será construída sem que sejam retiradas ossadas

Projecto já recebeu luz verde do Patriarcado de Lisboa

Templo vai custar meio milhão de euros e aguarda decisão de paróquia para avançar. Fiéis querem escavações arqueológicas no local para prevenir profanação de ossadas humanas.

A construção da Igreja de Nossa Senhora da Assunção de Povos, Vila Franca de Xira, aguarda uma decisão da Paróquia de São Vicente Mártir e dos fiéis. Ao que apurou O MIRANTE, a demora no avanço da construção que viu lançada a primeira pedra em Outubro de 2008, prender-se-á com a vontade, da parte dos fiéis, que sejam realizadas escavações arqueológicas no local onde irá ficar instalado o templo, com vista a evitar a profanação de ossadas humanas que permaneçam no subsolo, no local onde em tempos existiu um cemitério. José Rangel, membro da Comissão Pró Construção da Igreja de Nossa Senhora de Povos, preferiu não se pronunciar sobre a probabilidade de se encontrarem vestígios humanos no local. O responsável defendeu no entanto em declarações a O MIRANTE, que “impõe-se fazer uma pesquisa arqueológica no local, dado que ali existiu uma antiga escola. È altura de fazer uma pausa e analisar subsolo”. Vários outros fiéis, que preferiram não se identificaram, confirmaram no entanto terem sido encontrados vestígios humanos durante explorações realizadas no subsolo no local. O projecto, que já tem luz verde do Patriarcado de Lisboa, vai custar meio milhão de euros. A empresa construtora, Obrisantos, participará na obra com 125 mil euros, à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira cabe a comparticipação em 75 mil euros, ao abrigo de um protocolo assinado com a paróquia. Aos clérigos responsáveis pela paróquia caberá garantir 75 mil euros para a obra e recolher o produto da venda de várias casas na Rua Direita de povos, doadas por Júlia Palha, matriarca da conhecida família Palha, natural de Vila Franca de Xira. A construção que deverá incluir um jardim e um complexo religioso, será uma “igreja original, sem copiar nenhuma outra mas cheia de luz”, garante José Rangel. A obra também entusiasma a Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira. José Fidalgo, autarca que lidera a junta, considera que o templo poderá “unir as comunidades mais nova e mais velha de Povos, gerando uma maior coesão social”. Na actual situação, os fiéis de Povos dirigem-se à Igreja situada no Alto do Senhor da Boa Morte ou à Igreja de São Vicente Mártir, em Vila Franca de Xira. A comunidade de Povos, que frequentou durante séculos uma capela na sua área de residência, viu-se privada do templo, na sequência da sua destruição quase completa durante o terramoto de 1755. À época, a população decidiu que o custo da reconstrução era excessivo e passou a frequentar os outros dois templos. Durante várias décadas, um celeiro cedido pela família Palha serviu de templo improvisado para os fiéis mais persistentes, até entrar em decadência. Hoje, a comunidade de fiéis reclama um novo local de culto próximo das suas residências.

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