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Moradores do centro histórico de Alenquer têm de estacionar longe de casa

Moradores do centro histórico de Alenquer têm de estacionar longe de casa

Parquímetros dividem opiniões dos automobilistas

O estacionamento pago chegou para ficar. As opiniões dividem-se. Cada um analisa o assunto de acordo com os seus próprios interesses.

Os parquímetros colocados no centro histórico de Alenquer estão a dividir quem ali reside e trabalha. Alguns comerciantes queixam-se que o negócio “enfraqueceu” enquanto outros afirmam que até melhorou devido a haver maior rotatividade em termos de estacionamento. Os moradores queixam-se de ter de deixar os carros longe das suas casas. Quem reside no centro histórico de Alenquer, junto ao rio, é obrigado quase todos os dias a deixar o seu automóvel no único parque gratuito disponibilizado ali perto, situado a quase um quilómetro de distância. Os moradores fazem-no para evitar pagar as tarifas dos parquímetros instalados no início do ano, que taxam cerca de 250 lugares existentes nas margens do rio.O estacionamento nos lugares taxados é gratuito durante a noite mas muitos preferem deixar os automóveis longe para não serem multados logo de manhã. “Parece-me injusto, porque moro aqui há muitos anos, o parque gratuito não tem qualquer vigilância e tenho receio que me roubem o carro. À porta de casa sempre dava uma espreitadela pela janela de vez em quando”, diz Pedro Neto a O MIRANTE. “Esta foi uma maneira vil da câmara de Alenquer ir buscar mais dinheiro ao bolso de quem aqui mora”, acrescenta. Outro residente, Augusto Teófilo, diz que “não há garagens em nenhum prédio” e que o resultado dos parquímetros “é obrigar as pessoas a deixar o carro num parque que, de Verão é poeirento e sem condições e de Inverno é um lamaçal”. Isto sem tomar em conta “a distância louca até casa”.Nos comerciantes a presença dos parquímetros divide opiniões. “Acho que foi positivo terem posto os parquímetros. Acabaram com a confusão de carros que aqui havia e a dificuldade em estacionar. Agora quem vem de fora para comprar pode estacionar à vontade, muitas vezes até à porta da própria loja”, refere o dono de uma alfaiataria. Alguns comerciantes recordam que antes da instalação dos parquímetros o estacionamento naquele local era “uma missão impossível” já que ficava ocupado, de manhã á noite, com as viaturas de quem ali trabalha. “Os clientes não podiam parar aqui porque as viaturas dos empregados enchiam isto”, diz-nos o proprietário de uma loja de electrodomésticos. Mas se muitos até estão solidários com os novos aparelhos, outros nem por isso. Cláudia Borges tem uma pequena loja de roupa no local e diz que o negócio “enfraqueceu desde que o estacionamento é a pagar”, opinião que O MIRANTE também registou noutras lojas. Para o presidente da Câmara Municipal de Alenquer, Álvaro Pedro, os parquímetros trazem mais benefícios do que desvantagens. “Permitem maior número de lugares de estacionamento disponíveis e reduzem a confusão do trânsito”, diz o autarca, que acrescenta nunca ter recebido queixas de comerciantes. Já dos moradores é outra história. “Compreendemos alguma da insatisfação mas estamos estudar modalidades de pagamento especiais para eles”, informa. O autarca diz que os parquímetros estão a cumprir a sua função e que vão continuar. Enquanto isso, para iludir os fiscais da autarquia, muitos comerciantes reutilizam as suas senhas. “Eles nunca vêem a importância, só espreitam se tem papel ou não”, conta um dos retalhistas. A tarifa mínima é de 10 cêntimos, com um total de 2 euros e 15 cêntimos ao fim da terceira hora (limite máximo).
Moradores do centro histórico de Alenquer têm de estacionar longe de casa

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