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Impudente Serafim das Neves

Impudente Serafim das Neves

Quero começar por elogiar os administradores do Cnema. Ao não convidarem qualquer ministro ou secretário de Estado para a Feira da Agricultura mostraram que têm um apurado sentido de Estado um invejável nível de auto-crítica. Pouparam o Governo libertando-o para tarefas mais urgentes, como reconfortar os banqueiros e evitaram que o primeiro-ministro e o ministro da Agricultura tivessem algum ataque de coração ao verem que os milhões de euros que todos os anos vão para o sector agrícola andam a ser dados como ração a alguns animais em vez de serem aplicados na produção de batatas, tomates, melões e coisas assim.E ao equipararem os jornalistas de O MIRANTE a membros do governo, não lhes permitindo também a entrada na Feira merecem o nosso aplauso. Eu bem vi como saíram do Cnema os restantes camaradas dos outros órgãos de comunicação social a quem, descuidadamente, foi facultada a entrada. Até vinham amarelos e com os cabelos em pé. Olha, olha…do que o pessoal de O MIRANTE se livrou graças aos solícitos fazendeiros que dirigem o Cnema. Eu só não percebo porque é que aquilo cheira tanto a estrume se não há lá nenhum campo de cultivo. Será dos cavalos e das vacas que levam para lá? Só pode!!!Alguns dirigentes do Cnema já nem terão fazendas, mas chamo-lhes Fazendeiros por uma questão de respeito. É como na América. Um Presidente da República, mesmo quando sai da Casa Branca continua a ter direito a ser tratado por Presidente. Para mim, Fazendeiro uma vez, Fazendeiro toda a vida. Aquilo agarra-se à pele como bosta de vaca seca.E por falar de Fazendeiros digo-te já que também fui votar no Rui Barreiro, esse popular especialista em questões agrícolas que estava lá para o fundo da lista do PS. Eu não sou como outros eleitores que comem muito queijo. Eu não esqueço o que ele fez durante quatro anos, enquanto presidente da câmara de Santarém. Agricultura à séria, sim senhor. Cada cavadela um repolho. Tenho pena que ele não tenha sido eleito para o Parlamento Europeu. Se ele fosse para lá é que aqueles burocratas ficavam a saber da íngrícola. Ficavam a saber o que é uma verdadeira cenoura. Uma real cabeça de nabo. Ah eleitorado ingrato e ignaro!!!Serafim, estou em alta patriótica e não foi por causa do 10 de Junho. Foi por ter ficado a saber que um português chamado Luís Vasco, tomou conta da sinagoga de Tomar e ali instalou o Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto, que o Estado criou há setenta anos e que nunca foi capaz de concretizar. Está ali um exemplo de iniciativa que deveria ser realçado. E seguido. Eu também ando à procura de uma chave de um monumento nacional para instalar um museusito qualquer. E tu??Aquela é uma história feliz. O presidente da Câmara de Tomar esfrega as mãos de contente porque tem um Museu que pode anunciar nos roteiros turísticos sem gastar um tostão. E o senhor trabalha de noite e de dia só encerrando no dia de Ano Novo e no dia de Natal. O Ministério das Finanças, que é o dono da Sinagoga, também não faz ondas porque estando lá o senhor Luís Vasco ele sempre vai evitando que os ratos destruam o soalho. O senhor Luís Vasco aguenta o barco porque as gorjetas dos cámones sempre ajudam a arredondar a reforma.Um bacalhau museológico Manuel Serra d’Aire
Impudente Serafim das Neves

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