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Moinante Manuel Serra d’Aire

Não entendo como ninguém se levantou contra a erradicação do subsídio de reintegração de que beneficiaram muitos autarcas quando tiveram de regressar à sua actividade profissional (se a tivessem) após um período de dedicação à causa pública. Conforme li em O MIRANTE, Rui Barreiro foi o último presidente de câmara da região abrangido pelo subsídio, por ter exercido funções autárquicas a tempo inteiro. Receber o equivalente a um mês de ordenado por cada seis meses de exercício de funções autárquicas era um justo prémio. E no caso de Rui Barreiro, a derrota nas eleições de 2005, que o fez perder o cargo de presidente da Câmara de Santarém, rendeu quase 25 mil euros. O que é mais do que justo.Depois de anos a penar numa dimensão paralela como é o mundo da política, o regresso ao mundo real não deve ser fácil para qualquer autarca. Ficar sem motoristas, despesas de representação, viagens à pala e outras mordomias devia continuar a ser devidamente retribuído. Além disso, sempre vi esse subsídio também como um tributo que devemos pagar pelo consolo de ver certa gente afastada da administração da coisa pública.Ainda faltam quase dois meses para as eleições autárquicas, mas o reboliço já é mais que muito. E ainda há coisas que me conseguem surpreender. Como aquela do presidente da Câmara do Cartaxo se demitir dos cargos dirigentes que tinha no PS a nível concelhio e distrital por não se rever no partido a nível concelhio. A lógica, perante o que se tem visto, é que Paulo Caldas criasse mais um daqueles movimentos independentes onde os excluídos e ressabiados dos partidos agora se acoitam. Mas não. Paulo Caldas continua a ser o candidato do PS no Cartaxo. Do mesmo PS que ele dirigia no Cartaxo e em que já não se revê, por lhe ter imposto nomes para as listas e por lhe ter chumbado outros. Percebes alguma coisa disto? Se conseguires arranjar uma explicação lógica agradeço-te.Outra figura incontornável da política neste Agosto escaldante tem sido o presidente da Câmara de Santarém, o independente Moita Flores que diz respeitar muito o PSD ao mesmo tempo que diz não votar na Manuela Ferreira Leite para primeiro-ministro. Um homem que se assume como independente, que elogia governantes do PS e ao mesmo tempo se imiscui na vida interna do partido de que não é militante mas que é um respaldo da sua aventura autárquica. Valha-me Deus! Que grande confusão! Inventivo Manel concordo com a tua leitura acerca do saneamento do Miguel Relvas da lista do PSD às legislativas. O efeito cortiça desta vez não resultou e o homem que se aguentava na crista da onda fosse qual fosse o líder do partido acabou por ir ao fundo. Ora aí está um caso exemplar de um homem que merecia um subsídio de reintegração pelo regresso forçado à vida “civil”. E neste caso ainda com mais propriedade: é que antes de entrar para a política Miguel Relvas era apenas um jovem estudante que foi obrigado a adiar o curso por muitos anos. Um prejuízo evidente na sua carreira académica que merecia ter outro tratamento por parte do Estado que serviu durante mais de duas décadas como deputado e governante.Um abraço do Serafim das Neves

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