A Casa Solidária das Artes e Ofícios é a resposta criada pela Câmara Municipal de Santarém para apoiar as famílias mais carenciadas do concelho nesta época de crise. Essa nova estrutura vai distribuir roupa, mobiliário, alimentos, brinquedos, materiais didácticos e outros artigos pelos agregados mais necessitados e ainda proporcionar formação profissional a pessoas desempregadas, designadamente em actividades a cair em desuso, como calceteiros, carpinteiros, costureiras ou canalizadores.As acções de formação profissional devem iniciar-se em finais de Setembro ou princípio de Outubro e serão compostas por uma componente teórica, a ministrar no Centro de Formação Profissional da cidade, e uma parte prática da responsabilidade da Câmara de Santarém.Nas pequenas mas organizadas instalações da Casa Solidária, situadas no complexo do antigo presídio militar agora na posse do município, já há roupa e outros artigos oferecidos por particulares e empresas, registando-se a adesão à causa de algumas das grandes superfícies comerciais a operar em Santarém. Alice Teixeira e Raquel Henrique são as técnicas responsáveis.Para o presidente da Câmara de Santarém, a Casa Solidária pretende “responder de forma adequada àquilo que são as necessidades dos novos pobres e ajudá-los a sair da crise”. Gente que perdeu o emprego, que não tem dinheiro para pagar as refeições escolares ou os transportes, exemplificou Francisco Moita Flores (PSD).O autarca diz que a originalidade do projecto resulta dos protocolos com empresas do concelho e dar enfoque à componente da formação profissional “para que aqueles que aos 40 ou 50 anos perderam o seu emprego possam reaprender outra profissão”. Moita Flores quer que actividades como as de calceteiro ou ligadas ao mundo equestre, como arreeiros, ferreiros ou albardeiros, não se percam.