A nova biblioteca de Alhandra, de cariz municipal, irá nascer no local onde esteve instalado o Teatro Salvador Marques, encerrado em 1984. O equipamento deverá receber, entre outros volumes, os mais de dois mil livros dos espólios das bibliotecas do Alhandra Sporting Club e Sociedade Euterpe Alhandrens, guardados em caixotes e acessíveis apenas aos sócios das colectividades. Ambas as entidades já se mostraram também favoráveis à transferência.O projecto do novo equipamento, aprovado na quinta-feira em reunião de câmara, deverá torna-se realidade no início do próximo mandato, segundo as estimativas da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Para o presidente da Junta de Freguesia de Alhandra (PS), Jorge Ferreira, a construção da biblioteca permite dar “um destino mais digno” àquele espaço, abandonado há mais de duas décadas. O autarca amostra-se, no entanto cauteloso, e reconhece que as bibliotecas não sofrem de falta de espaço para os seus utentes. “As pessoas não vão muito às bibliotecas e nenhuma das duas que existem têm muitos leitores. A biblioteca itinerante, no entanto, tem alguns. É importante aguçar o apetite pela leitura às pessoas. Não basta colocar livros numa estante. Pode haver teatro e representações em que vão a cena as histórias narradas nos livros”, adiantou a O MIRANTE. Quem também se manifestou sobre a futura biblioteca foi o vereador Rui Rei, da Coligação “Mudar Vila Franca” (PSD/CDS-PP/PPM/MPT). “O programa deste projecto deverá ter em linha de conta mais do que a Biblioteca Municipal. Será uma mais-valia considerar neste projecto também, uma sala de espectáculos polivalente, com cerca de 60 a 90 lugares sentados, e com todas as condições necessárias para actividades musicais e cénicas”, escreveu na sua declaração de voto, aquando da aprovação do projecto. “É desejável, que paralelamente se inicie o estudo de uma programação cultural com o intuito de promover a apresentação regular de conteúdos culturais neste futuro equipamento”, acrescentou. O Teatro Salvador Marques foi fundado em 1905 e representou um dos pólos culturais mais dinâmicos da região ao longo de décadas. Encerrado em 1984 e considerada inviável a sua recuperação, esteve para ser demolido, mas em 2006 o Tribunal Administrativo e Fiscal de Loures decretou serem “nulas” as licenças emitidas para a construção do novo espaço cultural que previam a demolição do Teatro Salvador Marques (TSM), na sequência de uma providência cautelar. Em resposta à providência cautelar apresentada pela Comissão para a Reabilitação do TSM o tribunal considerou que a futura construção violava várias disposições legais.O projecto do novo equipamento, aprovado na quinta-feira, deverá torna-se realidade no início do próximo mandato.