uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Quando ser menino era trabalhar no campo

Quando ser menino era trabalhar no campo

Aos 82 anos, António Ouro Tristão, mãos marcadas pelo trabalho duro, segura a bengala e o boné que o acompanham nos curtos passeios pela aldeia de Casais da Lagoa, freguesia de Aveiras de Baixo, concelho de Azambuja. No domingo à tarde quis espreitar o espaço da Associação Cultural e Recreativa de Casais da Lagoa, no sítio de uma velha casa, onde os mais novos vão poder mergulhar nas novas tecnologias. Patrícia, de seis anos, e Ruben, de sete, vieram com a avó e observam com admiração os computadores. Não sabem que ser menino, nos tempos em que António Tristão o foi, era sinónimo de trabalho. “Aos oito anos fui trabalhar. Perdi a minha mãe”, diz com a voz embargada, o quarto de sete irmãos, que muito cedo foi trabalhar para o campo a dar água às mulheres. António Tristão não sabe escrever, mas concorda que a mocidade evolua. As lágrimas só se precipitam quando recorda uma infância mais agreste. Custa-lhe também não poder amanhar a horta como outrora. António Tristão perdeu há poucos anos a companheira de sempre. No domingo sentou-se perto de uma senhora que em tempos de mocidade foi namorada. Recordações de um tempo diferente em que na aldeia não se sonhava ainda com a forma de navegar daqui para o mundo. Ana Santiago
Quando ser menino era trabalhar no campo

Mais Notícias

    A carregar...