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Feira de Santa Iria à procura de uma localização consensual

A Feira de Santa Iria, em Tomar, foi alterando o seu modelo ao longo dos anos. Actualmente realiza-se em dois locais simultaneamente. Divertimentos na Várzea Grande, junto ao Tribunal, onde também vão estar montados alguns stands de associações ou empresas e Feiras das Passas, na Praça da República, junto ao edifício dos Paços do Concelho. Entre os tomarenses, há quem defenda a concentração num único local. A autarquia já anunciou a intenção de repensar o assunto. Há também quem critique a venda de frutos secos importados, na feira das Passas.

“Permite o reencontro com muitos amigos”Rafael Silva, 65 anos, aposentadoRafael Pinho Silva esteve muitos anos sem ir à Feira de Santa Iria na altura em que trabalhava na Alemnaha. A viver na localidade de Carregueira, Sabacheira, há 25 anos, o reformado concorda com a actual localização da feira na Várzea Grande e Praça da República embora aponte a necessidade da autarquia providenciar mais locais de estacionamento para os visitantes e também mais transportes colectivos durante os dias do certame. Daquilo que gosta mais da feira é a convivência entre as pessoas, uma vez que reencontra, por estes dias, muitos amigos. Se pudesse aumentava a fiscalização na área dos frutos secos uma vez que “quem compra não sabe o modo como chegaram até às bancas”. “Mais vendedores de frutos secos”Tânia Honório, 32 anos, empresáriaTânia Honório concorda com a localização da feira de Santa Iria na Várzea Grande até porque na cidade não existe nenhum outro local com estas características e dimensões. A empresária da “Tomar Saúde” costuma ir à feira, gostando particularmente da parte dos frutos secos. “Gosto mais da parte da tradição do que da diversão”, refere apesar de no último ano ter levado a filha de quatro anos a conhecer os carrosséis. Se pudesse, criava outras condições de forma a atrair mais feirantes para o certame. “Penso que, especialmente na parte dos frutos secos, o número de vendedores tem vindo a diminuir de ano para ano o que é uma pena. Lembro-me de ser miúda e a Rua dos Arcos estar cheia desde o começo até ao fundo”, atesta. “Não gostava de ver a feira perdida por aí”Teresa Correia da Silva, 35 anos, Especialista em Análises ClínicasTeresa Correia da Silva concorda com a localização da feira de Santa Iria, registando com agrado o facto da Feira das Passas voltar a realizar-se na Praça da República, local que considera emblemático da cidade. “Não gostava de a ver perdida por aí”, considera a especialista de análises clínicas. A tomarense costuma ir à feira quase todos os anos e recorda, sobretudo, as voltas de carrossel que dava em criança. Também costuma assistir à procissão das crianças que se realiza no dia de Santa Iria. “Acho que é uma ideia muito gira e transmite a tradição às crianças”, remata. “Gosto da animação que traz à cidade”Pedro Prista, 33 anos, administrativo“O que mais gosto da feira é da animação que traz à cidade”, aponta Pedro Prista que, no entanto, confessa que já gostou mais de ir à feira de Santa Iria. Na sua opinião a feira devia concentrar-se num só local, de preferência na periferia da cidade para não perturbar as pessoas que vivem nesta zona e possibilitar mais estacionamento para quem vem de fora. O munícipe considera que a comissão da feira deveria dinamizar outras actividades com vista à promoção dos produtos de Tomar. “Antes guardava-se um dia de férias para ir à Feira”Regina Melo, 72 anos, reformada“Isto agora está muito disperso, não tem jeito nenhum”, dispara Regina Melo, moradora em Carregueiros, Tomar que discorda com a actual localização da Feira de Santa Iria/Feira das Passas. Na sua opinião, a feira devia estar concentrada num só local recordando os tempos em que um grupo de pessoas da terra decidia tirar um dia de férias do trabalho para vir à feira. A tomarense considera que muitos dos produtos que se encontram à venda actualmente na Feira das Passas estão cheios de químicos e longe do sabor que tinham noutros tempos quando o adubo era o estrume dos animais. Apesar da crítica, considera que a feira continua a ser um grande atractivo da cidade. “A feira está bem onde está”Teresa Dias Pereira, 57 anos, cabeleireiraTeresa Dias Pereira concorda com a localização da Feira de Santa Iria na Várzea Grande, local onde sempre se realizou e as pessoas se habituaram a ver a feira. Cabelereira de profissão há mais de 30 anos, gosta de ir à feira sempre que pode destacando a convivência com os amigos que é muito animada nesta altura do ano. Os divertimentos também fazem parte da sua selecção aproveitando sempre para dar uma ou outra voltinha no carrossel. Se pudesse trazia para a feira ainda mais oferta de entretenimentos e colocava também alguns vendedores de passas na Rua dos Arcos onde durante anos os viu a vender os frutos secos. “Um novo espaço para a feira”Manuel Francisco Jorge, 68 anos, empresárioManuel Francisco Jorge gostava que a Feira de Santa Iria não fosse tão dispersa considerando que, deste modo, não é funcional. “Devia haver um espaço definido onde se concentrassem todas as actividades talvez mais afastado do centro da cidade”, refere o colaborador da Lavandaria Arco-íris, aberta há cerca de 20 anos, em Tomar. Por norma, vai todos os anos à feira elegendo a Feira das Passas como o seu certame favorito. Se mandasse “renova a feira totalmente” para que tivesse condições que se coadunassem com os dias de hoje. “Não mudava nada na feira”António Romão Pires, 69 anos, empresário António Romão Pires também é dos que concorda com a localização da Feira de Santa Iria na Várzea Grande apesar de admitir que vai lá poucas vezes. “Se aquele terreno foi doado para a realização da feira acho bem que respeitem isso”, considera o gerente da Sportomar que abriu há 20 anos na cidade. O empresário considera que a feira traz muita gente a Tomar mas essa movimentação pouco ou nada se reflecte no negócio dos comerciantes locais. “Actualmente, as pessoas preferem pegar no carro e ir às compras ao hipermercado”, considera. Romão Pires não mudava nada na feira, preferindo observar a sua evolução ao longo dos anos, fruto das decisões dos elementos da Comissão que anualmente a organiza.“Um pavilhão para feiras”João Nunes, 63 anos, cabeleireiroPara João Nunes, a feira de Santa Iria está bem localizada, aplaudindo a transferência da Feira das Passas da Rua dos Arcos para a Praça da República. O profissional de cabelos, com salão aberto em Tomar há 33 anos, diz que costuma ir à feira, pelo menos, duas vezes. Na primeira para ver o ambiente e comprar “figos” na Feira das Passas e na segunda saída para comer umas sardinhas nas tasquinhas dos comes e bebes. “No tempo que era miúdo chegávamos a fazer dez quilómetros para ir a pé à Feira”, recorda. Apesar de concordar com a localização, João Nunes considera que o certame ficaria melhor instalado num pavilhão de feiras, infra-estrutura construído de raiz para este tipo de eventos. “Por exemplo, nos dias em que chove, as pessoas andavam na feira noutras condições”, remata. “Devia-se apostar mais nos produtos da terra”João Lourinho, 72 anos, empresárioJoão Lourinho acha bem que a feira se mantenha na Várzea Grande uma vez que foi este o local que as pessoas, nos primórdios da feira, escolheram para a realização do certame. O gerente da empresa Avicentro, aberta há 31 anos em Tomar, só considera que as condições do local deviam ser melhoradas a vários níveis. “A feira das Passas cada vez tem menos produtos da terra. A maioria das passas e nozes que ali estão são importadas”, lamenta João Lourinho, considerando que na região existem condições climatéricas favoráveis à produção destes produtos que deveriam ser melhor aproveitadas.

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