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“O toureiro é sempre um emigrante”

“O toureiro é sempre um emigrante”

José Júlio homenageou os seus mortos num regresso à arena 50 anos depois da alternativa.

José Júlio é um maestro na arena. No ano em que assinala os cinquenta anos de alternativa como matador de toiros, o toureiro, 74 anos, pisou a Palha Blanco em homenagem aos seus mortos queridos que sempre o acompanham. Nasceu em Vila Franca de Xira, mas foi a correr mundo que se fez toureiro. Ana Santiago

A comemorar 50 anos de alternativa voltou a entrar na Palha Blanco.Esta corrida [5 de Outubro 2009] foi quase em memória dos meus mortos. Os meus mortos são uma data de fantasmas que sempre me rodeiam. São pessoas que me ajudaram, mas que foram desaparecendo. Sou quase um dos últimos dinossauros que se põe diante dos toiros.Quem são os seus mortos?São os meus mortos queridos. Patrício Cecílio, professor da Golegã, o toureiro Manuel dos Santos, o empresário José Guerra. Tenho também um grande respeito pela Imprensa desse tempo e de hoje. Grande parte da carreira deve-se a isso. Recordo-me que uma vez o senhor Nizza da Silva [Diário Popular] escreveu uma crónica sobre quando ganhei a orelha de ouro e pôs isso no jornal a letras garrafais. Quando lhe fui agradecer contou-me que foi chamado à atenção. Naquele jornal não se colocavam letras mais gordas que o nome do Salazar. A crítica era austera e conhecedora. Arriscavam quando não se sabia qual seria o meu percurso.Mas o senhor defende que já se nasce toureiro.Você não sabe se um dia um toiro a surpreende e lhe dá uma cornada. Essa cornada pode trazer-lhe um trauma. Há muitos toureiros que fracassam. Outros superam, levando tempo até que o subconsciente arrume. Há sempre um outro homem dentro de nós. Um que empurra para diante e que quer vencer a batalha. Outro que puxa as pernas e não deixa tourear. É o medo. A consciência de que corres riscos. É preciso uma grande confiança e essa confiança não nasce só de ti. Tive sempre boas pessoas a meu lado. Hoje já não existem estas pessoas. Os miúdos carecem disto.Nasceu em Vila Franca de Xira e cá se fez toureiro.Só nasci em Vila Franca. Formei-me como homem e como toureiro na Golegã. Vila Franca de Xira tem um ambiente fechado, agrio [azedo], de ciumeiras, invejas e mal dizeres. Aqui nunca aprenderia a ser toureiro tal como fui na Golegã.Supostamente Vila Franca seria o meio ideal para aprender. Pensa-se. Porque é um meio aficionado, mas o aficionado é agrio para o que quer ser toureiro. Muitos toureiros que começaram aqui não foram por diante. O toureiro a pé é sempre um emigrante. Tem que ir para Espanha para tirar a alternativa. Como a Linda de Suza agarrei numa mala de cartão e meti-me ao caminho. Na altura os espanhóis tinha uma atitude muito mais drástica perante um português que queria ser toureiro. Lá desbravei caminho. Movia as massas. Todo o Ribatejo estava interessado na minha carreira. Umas vezes Vila Franca serviu-me por ter o nome associado a mim. Outras vezes foi mau. Foi o primeiro toureiro de Vila Franca, como diz a placa descerrada em sua homenagem.O meu pai foi bandarilheiro. Na altura não se tinha a pretensão de se chegar a matador. Vila Franca já mexia muito, mas daqui nunca tinham saído valores. Vila Franca de Xira vivia um pouco nessa amargura. A cidade sempre recebeu bem e as pessoas estavam na praça com elegância. Iam vestidos de casaco, gravata e chapéu nos seus carros largos. Era gente abastada numa terra de campo que não tem que ver com este dormitório que está agora aqui montado. Agora tudo está deturpado. Porquê?Trocaram-se os fatos e gravatas por t-shirts com dizeres aqui e um lenço acolá. Fomos todos imitar os “Pamplonas” e aquela gente do Norte de Espanha. Copos e bebedeiras. Estamos sempre a tempo de voltar atrás. O Colete Encarnado tem 74 anos, mas não tem nada que ver com outros tempos. Claro que as pessoas evoluem, mas há uma linha mestra da primeira festa. Ainda menino foi para a Golegã.Tinha 16 anos. Fazia das tripas coração para ganhar dinheiro e já me ia equilibrando. Pagava a minha pensão e os fatos. Era um bocado à justa. Não tinha ajudas. Felizmente comecei a ter cartel. Toureava no Campo Pequeno e em Vila Franca. E finalmente rumou a Sevilha.Fui, com outros toureiros, morar para uma pensão barata em Sevilha. Era uma casa particular de uma senhora viúva. Dormíamos três num quarto. Dava-nos almoço e jantar, mas era preciso treinar. E nós estávamos limitados a uma sopa de esparguete, dois ovos fritos e com umas batatas fritas. A determinada altura começámos a ficar todos amarelos. O apoderado mandou-nos ir ao médico. Estávamos com os pulmões quase furados. Passou muitas dificuldades.Foi uma época difícil. Comecei a ter êxito e a ser chamado para determinados encontros com gente de outro estrato social. Tinha que ir bem vestido. Tinha que ir aos melhores alfaiates e usar as melhores botas ainda que as ficasse a dever. Se calhar não tínhamos dinheiro para comer, mas bem vestidos tínhamos que andar. Isto diz respeito à ambição de ser toureiro. Não se pode fingir que se é uma espécie de toureiro. Passei dificuldades horrorosas. Meses e meses sem vir a Vila Franca porque não tinha transporte. Ou economizava de comboio. Um comboio a carvão que atravessava a serra morena. Passei fome. Foi uma fase dolorosa. Alguns tiveram que ir para casa. Nós salvámo-nos.Vinho, pataniscas e uma noite no cárcereComo encara a luta pelos direitos dos animais?É uma coisa que deve abordar-se. Respeito a posição dos protectores de animais e no mínimo considero hipócrita a sua atitude. O toiro é dos animais mais bem cuidados. A corrida de toiros é outra coisa, mas é preciso saber a história. Não se pode tocar numa festa que é milenar. Não somos nós que vamos acabar com o espectáculo. Não gosto de futebol, mas não estou contra as pessoas e respeito. A bola não mata. Mas há coisas que matam. Ninguém se preocupa com os cardumes de peixes que estão nos cantos do Tejo e que morrem com as descargas das fábricas. Em 1977 esteve na última corrida com toiros de morte.Desde o tempo de D. Maria que não são permitidos toiros de morte. A lei mantém-se porque os costumes brandos dos portugueses dão para isso. Achei que com a revolução viria o progresso. Não defendo corridas no Porto, em Coimbra ou no Algarve. Em Vila Franca de Xira deviam existir. E se a regionalização for uma realidade haverá autonomia para tal. Nessa noite também foi preso?Claro, estava a infringir a lei.Foi a pior noite da festa?Foi giríssimo. Chegou a hora do jantar e os meus amigos de Vila Franca levaram-me um manjar. Compraram vinho e pataniscas e levaram-me uma garrafa com sumo. Quando fui a meter a garrafa à boca era vinho branco Casal Garcia (risos). No outro dia de manhã vim ao tribunal de Vila Franca de Xira. Estava o comércio fechado, o trânsito parado e o povo empolgado no meio da rua. O carro ia no ar. Era um assunto que se ia resolver ali logo. A polícia que me acompanhava trazia a G3 no chão. Avisei-os para não mostrarem nada. Aplicaram-me uma multa, mas nesse ano veio cá o Papa João Paulo II e tive direito a uma amnistia.A mulher tem outro bater de coraçãoOs melhores alunos da Escola de Toureio são mulheres.As mulheres têm essa capacidade para se colocar diante do perigo. A mulher tem outro bater de coração. Aceita as coisas e executa com serenidade. É assim a coser roupa e a fazer comida. Matiza as coisas. Gosta de ver uma mulher a tourear a pé?Sim. As mulheres são as melhores alunas da escola. O toureio a pé é uma arte. Depois, e não se trata de ser machista, há um regulamento. Um toiro de quatro anos tem que ter mais de quinhentos quilos. Aí venho-me abaixo. A mulher não merece. Tem um lugar especial neste mundo. Há mulheres que suportaram tudo muito bem. Conheci bem a Conchita Citrón. Era uma mulher de arranques cá de dentro. Mas na América do Sul não tens enfermarias ou um bloco operatório. E que lugar especial é esse?A mulher tem um lugar especial na existência. Não merece isso. Nasceu para outros desafios, mas não tão drásticos. Nasceu para ser mãe?Para ser toureira também. Não só para ser mãe. As mulheres também andaram na guerra. Levar um tiro na cabeça é outra coisa.É mais violento enfrentar o toiro?É menos violento, filha, mas é premeditado. Na guerra nunca pensas que vais morrer de um tiro na cabeça. Na corrida estás anunciado oito dias antes, sabes que há um regulamento e tens um compromisso.Cada cornada de um toureiro tem o nome de uma mulherO toiro é ciumento e exige do toureiro a plena forma física, diz José JúlioNuma corrida na década de 60, na Monumental de Lima, capital do Peru, ganhou 150 mil euros. É muito dinheiro. Ganhei muito dinheiro. Todos os toureiros ganham muito dinheiro. Mas vivem num meio social que também custa dinheiro. Há toureiros que têm a sorte de não cansar as chorudas contas bancárias, mas a verdade é que o dinheiro dos toureiros também se gasta.O dinheiro dos toureiros gasta-se mais do que o dinheiro das outras pessoas?Isso é o que vai na cabeça das pessoas que pensam que o toureiro é um gastador. Fantasiam e pensam que andamos na borga todos os dias. Com mulheres, champanhes e grandes festas. E isso não corresponde à verdade.Não é que não corresponda. Podemos fazer essa vida, mas fracassamos. Não há físico que aguente. Temos que pensar no animal que está todos os dias a dormir no campo até sair à praça. Ele não perde um segundo. Temos que estar em consonância. Quando ele percebe que você fisicamente ou mentalmente não está com todas as faculdades pode colhê-lo facilmente. É preciso fazer uma vida regrada. Ao contrário do que as pessoas pensam não são só mulheres e hotéis. Não quer dizer que o toureiro seja um monge, mas tem que ser tudo muito restrito. O toiro não perdoa. Costuma dizer-se que cada cornada de um toureiro tem o nome de uma mulher.Mas porquê? O toureiro desconcentra-se?Há sempre um caso com uma mulher. Não quer dizer que ela não esteja em consonância contigo - até está -, mas o toiro é ciumento. Ele percebe quando te debruças mais sobre outra pessoa do que sobre ele. Percebe inclusive na voz. Se eu tiver um caso muito intenso com uma mulher a minha voz é mais fraca. Ou até mesmo na movimentação de pernas. Percebe que estou desgastado. Não sabe se é uma pessoa. Colhe-me porque não estou a cem por cento. Quer dizer que um toureiro não pode ter uma mulher?Todas! Um toureiro deve ter seis mulheres! (risos). Mas tem que ter muito cuidado, muito talento e muito equilíbrio. E muita concentração.Antes de tourear não vejo uma mulher. No meu apogeu recolhia-me numa herdade e ali estava meses. Nem o telefone atendia. Tudo se pode fazer, mas equilibradamente. As mulheres perguntam com toda a razão: ‘porque é que ele se levanta às sete para ir para uma tenta e não está comigo?’. É o pior que pode acontecer. Não é que goste mais de ser toureiro do que goste da minha mulher, mas o toiro exige que eu saia aquela hora para estar com ele. Preserva-me a vida. É quase um sacerdócio.É mesmo um sacerdócio. Você calça as alpercatas e vai para um mosteiro. Eu ainda não despi a minha veste. Ainda toureei há oito dias. Abdiquei de casamentos de futuro com raparigas ricas de grandes casas e grandes famílias. Acima de tudo está a nossa vontade de ser toureiro. Maestro: na arena e na vida“José Júlio Venâncio Antunes, sobrinho neto daquele Venâncio, que pegou toiros, e filho do Júlio Antunes, um dez réis de gente em cujo corpo não cabia toda a sua coragem e que foi bandarilheiro. A história do matador não vem agora para aqui. É uma história longa, de treinos e touradas clandestinas, antes da nossa família saber das ganas do rapaz para a arte”.Quem o escreve é Alves Redol em “Sombra e Sangue”. O toureiro José Júlio ficou sem pai aos quatro anos – depois de um acidente de motorizada na passagem de caminho de ferro de Alhandra, presenciado pelo próprio que ficou caído na linha – e foi a família do escritor de Vila Franca de Xira, autor de “Gaibéus”, que acolheu o jovem que queria ser toureiro. A mãe, acometida de doença nos pulmões, foi hospitalizada num sanatório no Caramulo.Alves Redol, o amigo, acompanhou o toureiro a uma corrida a Sevilha, Espanha, mas o coração não o deixou entrar em praça. “Doem-me agora as toiradas por causa desse jovem que já detém o maior galardão dado a qualquer matador português – uma orelha em Madrid (…) Fico cá fora com os pobres que não têm pesetas para ir aos toiros”. Ironia do destino, José Júlio acabou por ser colhido. “Ele foi das primeiras pessoas a abeirar-se da cama. Disse-me que não deveria ter feito aquilo, que devia ter despachado o toiro. Respondi-lhe que os toiros não são para despachar. Temos que toureá-los. Como na vida. Nem sabia o que estava a dizer ao escritor”, diz à distância de muitos anos José Júlio, hoje com uns escorreitos 74 anos e a comemorar os 50 anos de alternativa tirada em Saragoça em 1959. José Júlio e Alves Redol tornaram-se amigos já homens. António Redol e Inocência Alves Redol apadrinharam o menino que cresceu na Barroca de Cima ou Bairro de Triana, por detrás da Igreja da Misericórdia, onde alguns rapazes mostravam apetência para tourear entre amigos e umas mantas.Com 16 anos, quando decidiu deixar a padaria da família, para ir aprender a ser toureiro na Golegã teve receio de não conseguir, mas o sonho era mais forte. “Eu era o menino da casa e ir para a Golegã foi um choque. Disseram-me: ‘se não se faz toureiro nunca mais entra aqui em casa’”. Alves Redol foi quem o apoiou. “Costumo dizer que ele me empurrou para o charco e caí de chapuz”, conta José Júlio. Chegou a sair pela porta grande de várias praças e foi levado em ombros do Campo Pequeno à baixa lisboeta. “Nunca fui um toureiro de fracassos declarados”, assume. Também teve baixas de ânimo e cansaço. Sentiu-se decepcionado e injustiçado. Como aconteceu quando foi ao México e triunfou em todos os locais. Estava anunciado para a capital quando o informaram de véspera no hotel que não toureava porque um outro apoderado assim o ditou. “Disse que não voltava a pisar aquela terra. E parti no primeiro avião da manhã para Espanha. Sabe Deus o que isso me custou”.Depois de romances que acalentou na sua época áurea o toureiro acabou por encontrar a mãe do seu filho numa fase mais madura da vida. Júlio Antunes, 18 anos, também acalenta o sonho de ser toureiro e o pai, propositadamente, não o poupa aos perigos. Por isso o coração se foi abaixo quando em Málaga o rapaz enfrentou um toiro. José Júlio é maestro na arena e na vida e mestre na arte de ensinar o toureio. Na escola José Falcão, no cabo de Vila Franca de Xira – onde se refugiou depois de uma breve vivência de dois anos nos Estados Unidos - explica o que é preciso para igualar o animal de grande porte, fruto de uma tradição ibérica. As mulheres são as melhores alunas. Ensaiam gestos de elegância frente a uma animal que às vezes transforma o rosto dos homens. Há quem ouse tentar. Mesmo quando a trepidação do toiro faz o chão tremer. Alguns estão destinados ao fracasso. Só segue em frente quem for capaz de superar o medo. É esse o desafio. Enfrentar investidas bruscas de cabeça erguida. Alma do toureiro. José Júlio é um mago de traje de luzes e olhos límpidos que orquestra um espectáculo de música clássica em frente ao toiro. Às vezes o português mistura-se com o castelhano num discurso rico e fluente. Hábitos de anos vividos em Sevilha. Tem 74 anos, mas a postura é do menino de 16 que o sonho levou à Golegã. Agora com cabelos mais claros.Franco e a história de uma secreta admiraçãoJosé Júlio toureava na Feira de Sevilha de 1961. O general Francisco Franco, líder do levante que deu início à Guerra Civil Espanhola, assistia ao espectáculo. Atravessou a rua de mãos dadas com a mulher para ver a corrida. Nesse dia José Júlio matou um toiro, cortou duas orelhas e brindou o feito ao general. “Jamais iria ter a oportunidade de estar perto do homem”, justifica-se. Depois da corrida, Franco mandou chamar o toureiro ao camarote presidencial. Depois de oferecer uma cigarreira de prata e um isqueiro com o brasão da casa felicitou-o pelo triunfo frente a toiros Miura. “Conseguiste picar um toiro de Miura porque te colocaste do lado esquerdo”, observou o ditador espanhol. José Júlio rendeu-se. Sabia mais de toiros que o toureiro. “Tinha a impressão de um estadista e fiquei com a sensação de estar frente a um aficionado. E é raro um político saber de toiros”Depois de um abraço o toureiro deixou a praça com um sentimento de realização completa. Um moço de espadas, ajudante de cozinheiro, esteve na frente de guerra de Franco e já lhe tinha contado sobre a sua preserverança. “É um guerreiro do seu tempo. Seja de que quadrante for.“Só nasci em Vila Franca. Formei-me como homem e como toureiro na Golegã. Vila Franca de Xira tem uma ambiente fechado, agrio [azedo], de ciumeiras, invejas e mal dizeres. Aqui nunca aprenderia a ser toureiro tal como fui na Golegã”.* * *“Se calhar não tínhamos dinheiro para comer, mas bem vestidos tínhamos que andar. Isto diz respeito à ambição de ser toureiro. Não se pode fingir que se é uma espécie de toureiro. Passei dificuldades horrorosas. Meses e meses sem vir a Vila Franca porque não tinha transporte. Ou economizava de comboio. Um comboio a carvão que atravessava a serra morena. Passei fome. Foi uma fase dolorosa. Alguns tiveram que ir para casa. Nós salvámo-nos”. * * *“As mulheres são as melhores alunas da escola [de toureiro]. (...)Depois, e não se trata de ser machista, há um regulamento. Um toiro de quatro anos tem que ter mais de quinhentos quilos. Aí venho-me abaixo. A mulher não merece. Tem um lugar especial neste mundo”.* * *“[O toiro] percebe quando te debruças mais sobre outra pessoa do que sobre ele. Percebe inclusive na voz. Se eu tiver um caso muito intenso com uma mulher a minha voz é mais fraca. Ou até mesmo na movimentação de pernas. Percebe que estou desgastado. Não sabe se é uma pessoa. Colhe-me porque não estou a cem por cento”.
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