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Museu do Neo-Realismo serviu de pesquisa para livro de Paulo Silva

Museu do Neo-Realismo serviu de pesquisa para livro de Paulo Silva

Escritor apresentou a obra “Fernando Namora por entre os dedos da Pide”

Paulo Silva apresentou a obra “Fernando Namora por entre os dedos da Pide” no museu do Neo-Realismo, local onde efectuou várias pesquisas e consultou as duas cartas enviadas por Fernando Namora a Soeiro Pereira Gomes.

Para escrever o livro “Fernando Namora por entre os dedos da Pide”, Paulo Silva deslocou-se por quatro vezes ao museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira. As três primeiras visitas foram feitas ainda ao museu antigo, situado junto do edifício da Câmara e a última já ao novo museu sediado na Rua Alves Redol.“Vim consultar os espólios de vários escritores ligados ao movimento neo-realista que se encontram no museu e que me ajudaram a escrever o livro. Casos do Soeiro Pereira Gomes, Armando Bacelar ou Joaquim Namorado”, conta o escritor depois de ter apresentado a obra no auditório do Museu do Neo-Realismo.A cerimónia decorreu na tarde de sábado, 14 de Novembro e ao seu lado esteve o director do museu, David Santos e o historiador Luís Reis Torgal que fez a apresentação do escritor que nasceu e reside em Condeixa. Na plateia, pouco composta, marcaram presença o vice-presidente do município de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita e o presidente da Assembleia Municipal, João Quítalo.A base do livro de Paulo Silva centra-se na análise dos processos que a Pide tinha contra Fernando Namora. A censura sobre o escritor. “Para falar da Pide e de Fernando Namora, como escritor, tinha de abordar a censura. Para falar de censura tinha de abordar o neo-realismo. O que se passava com Namora não era diferente dos restantes intelectuais da época ”, refere o escritor.O movimento neo-realista teve dois pólos importantes – Porto/Coimbra e Lisboa – e como em Vila Franca de Xira existia um grupo significativo de escritores ligados à corrente neo-realista, interessava ao autor dar uma ideia geral do movimento neo-realista. Paulo Silva considera que não havia uma ligação próxima entre Fernando Namora e Soeiro Pereira Gomes apesar das duas cartas enviadas por Namora ao autor dos “Esteiros”. “No ano seguinte a ter lançado essa obra, quando o grupo de Coimbra decide avançar com o projecto dos novos prosadores, Fernando Namora escreve uma carta a Soeiro Pereira Gomes a convidá-lo a juntar-se a eles já que ia ser um grande projecto. Mais tarde voltou a escrever uma segunda carta a relembrar Soeiro Pereira Gomes de que ele tinha prometido aderir ao projecto”, conta o escritor. As duas cartas fazem parte do espólio do Museu do Neo-Realismo.O livro “Fernando Namora por entre os dedos da Pide” demorou cerca de três anos a ser escrito. Paulo Silva nasceu em 1966 em Condeixa-a-Nova e começou por ser portageiro. Licenciou-se em História, em 2005, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Colaborador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20), tem vindo a estudar, nos arquivos da PIDE/DGS, os processos de alguns escritores e de outras personalidades ligadas à oposição ao Estado Novo. Este livro é a sua primeira publicação historiográfica. O autor encontra-se, presentemente, a preparar outro trabalho sobre a oposição ao regime de Salazar.
Museu do Neo-Realismo serviu de pesquisa para livro de Paulo Silva

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