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Sonho olímpico comanda carreira dos dois veteranos de Azambuja

Sonho olímpico comanda carreira dos dois veteranos de Azambuja

José Luís Maduro e Paulo Pinheiro querem marcar presença em Londres

Começou a caminhada rumo aos jogos olímpicos de 2012 para José Luís Maduro e Paulo Pinheiro, ambos do concelho da Azambuja. Os apoios são poucos e a falta de estruturas para a prática de atletismo no concelho obriga-os a treinar em Rio Maior.

Os jogos olímpicos de Londres só se realizam em 2012 mas a caminhada já começou para dois atletas do concelho da Azambuja. José Luís Maduro, residente em Aveiras de Cima, vai tentar correr 42 km em 2 horas e 13 minutos, assegurando os mínimos necessários para entrar na competição. Paulo Pinheiro espera ingressar nos jogos paralímpicos que também se realizarão em Londres, na categoria de deficientes intelectuais, cuja presença nos próximos jogos ainda está a ser alvo de estudo por parte da federação internacional. Ambos vão correr pelo escalão de veteranos.O palmarés de José Luís Maduro valeu-lhe um recente apoio financeiro da Câmara Municipal da Azambuja de 1 500 euros, que não chega nem a metade dos gastos do atleta que já correu pelo Maia e pelo Sporting Clube de Portugal. Aos 37 anos e depois de diversas medalhas obtidas em campeonatos nacionais, europeus e mundiais de cross e pista, José decidiu que chegou a hora de tentar a presença nos jogos máximos. Para isso está a ser treinado por João Campos, que também treina Fernanda Ribeiro e Rui Silva. “Para já disse-me que tenho boas oportunidades para estar presente nos próximos jogos por isso vou-me aplicar a cem por cento”, garante o atleta a O MIRANTE. José Maduro é também treinador de Paulo Pinheiro, que aos 32 anos não pára de somar sucessos desportivos. Foi o único deficiente português a ganhar uma medalha nos 3 000 metros obstáculos na categoria de deficientes intelectuais. A 21 de Fevereiro de 2010 vai a Sevilha tentar melhorar o recorde mundial que ele próprio bateu na maratona de Paris em 2005, com 2 horas e 29 minutos. Os apoios aos dois atletas são escassos e a maioria das despesas com equipamento, suplementos alimentares e deslocações são pagas pelos próprios. A falta de estruturas que permitam a prática de atletismo no concelho de Azambuja obriga-os a treinar em Rio Maior. “Infelizmente ainda custa ser atleta de alto rendimento em Portugal”, desabafa José Maduro, que confessa “há mais de 20 anos ouvir falar na promessa de um campo de atletismo na Azambuja”. Os dois atletas usavam as instalações do estádio do Cartaxo mas o facto de lhes ser cobrado um elevado valor de utilização levou-os a procurar alternativas. “Quem está responsável pelo estádio do Cartaxo gosta mais de implicar com os atletas do que incentivar o desporto. Costumávamos treinar lá mas preferimos mudar. Quem manda na pista do Cartaxo não tem o mínimo de formação nem segue as normas da federação e a mim, mesmo como atleta de alta competição, sempre que lá ia, pediam-me sempre dinheiro. Em Rio Maior treinamos a qualquer hora e qualquer dia, com balneários e tratamento tudo gratuito”, refere.Para chegar aos jogos olímpicos José Maduro necessita ainda de realizar dois estágios de altitude para ganhar resistência, cada um com preços entre os 1 500 e os 2 000 euros, sem qualquer apoio. “Só para a preparação da maratona em altitude, nos Pirenéus, por exemplo, são precisos 1 500 euros para dois treinos diferentes, o que dá 3 000 euros. É muito dinheiro para quem tem poucos ou nenhuns apoios”, lamenta.
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