A directora executiva da Associação de Fabricantes da Indústria Automóvel (AFIA), Teresa Dieguez, afirmou terça-feira que grande parte do dinheiro para apoiar o sector não chegou às empresas e pôs em causa a utilidade de algumas acções de formação.“No programa PME – Investe III só foram utilizados cerca de 30 por cento dos 200 milhões de euros que foram disponibilizados e, do montante previsto para aquisição/fusão de empresas, de 100 ou 200 milhões de euros, não foi utilizada nenhuma verba”, disse à Lusa Teresa Dieguez.“Das verbas previstas para o lay-off e formação de trabalhadores foi de facto utilizado algum dinheiro, mas a questão é saber até que ponto a formação dada foi efectivamente diferenciadora”, esclareceu, acrescentando que “não faz sentido fazer formação só para justificar eventuais financiamentos”. Para a directora da AFIA, o PASA (Programa de Apoio ao Sector Automóvel) foi importante, mas não chegou, até porque alguns apoios nunca chegaram às empresas que os reclamavam “devido às dificuldades criadas pela banca, que considera o automóvel como um sector de risco”.“Não faz sentido que seja a banca a decidir quais são os projectos que interessam, porque podemos ter um projecto altamente rentável a curto prazo, mas que a três/quatro anos pode nem ter lugar no mercado”, disse.