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Promotores imobiliários querem que Estado assuma parte do risco nos créditos à habitação

Promotores imobiliários querem que Estado assuma parte do risco nos créditos à habitação

Defendem criação de programa de apoio a um sector que começa a ultrapassar a crise
A associação dos promotores imobiliários propôs ao Governo a criação de um plano de apoio ao sector em que o Estado assumiria perante a banca até 20 por cento do risco nos contratos de crédito à habitação. O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Carvalho Lima, declarou que a ideia proposta ao Executivo é semelhante ao apoio que foi feito ao sector automóvel. “Fizemos a mesma proposta, o Governo mostrou-se receptivo mas vamos ver se dá resultados”, disse o responsável.“As casas nas periferias das cidades estão sem mercado devido à falta de crédito porque os bancos não emprestam mais de 80 por cento [sobre o valor da avaliação da casa]. O Estado tem de fazer como fez para as PME´s, que é assumir parte desse risco”, acrescentou.O Estado, explicou Luís Carvalho Lima, “assumiria os restantes 20 por cento correspondentes ao risco [associado ao crédito]”, avalizando o restante para que o negócio se concretize. O presidente da APEMIP afirma ter contactado a banca, que está “receptiva” a este plano.A proposta, explicou, foi entregue ao secretário de Estado das Obras Públicas e ao Secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina. “Se não houver uma intervenção a este nível nunca mais vai haver mercado”, sublinhou o responsável. Sobre o mercado actual do imobiliário, Luís Carvalho Lima descreve um cenário em que se começa a ultrapassar a crise. “Todos temos que aprender com esta crise. Os bancos não podem conceder crédito como faziam aqui há uns anos, sem qualquer critério, mas também não podem passar do 80 para o 8”, referiu.Segundo Luís Carvalho Lima, “alguma banca, além das cautelas na concessão do crédito, é ainda mais cautelosa nas avaliações”, dando “indicações aos avaliadores para fazerem as avaliações 20 ou 30 por cento abaixo do valor de mercado”, denunciou.Quanto à procura, tem vindo a subir. “Vamos ver se essa procura depois se vai concretizar em negócio”, disse o presidente da APEMIP, alertando que apesar de as taxas Euribor estarem ao mais nível de sempre, “os spreads que os bancos depois aplicam não estão ao nível do que seria razoável para o mercado”.Uma das consequências dessa postura, refere, é o aumento da procura no mercado de arrendamento, que “nos primeiros oito meses deste ano aumentou cerca de 50 por cento face ao mesmo período do ano passado”.“Ao contrário do que se possa pensar esta procura pelo arrendamento não é positiva, derivou da restrição do crédito. E é uma procura dos segmentos médio e médio-baixo, de pessoas que não estão a conseguir créditos na banca neste momento”, sublinhou Luís Carvalho Lima.
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