É obvio que toda a intenção de investimento tem de ser calculada tendo em conta os custos financeiros, custos operacionais, estudo de viabilidade da iniciativa, estudo económico, projecção, planeamento, previsão, e muitos outros palavrões económicos. Não acreditamos na ingenuidade da Maravedi ter comprado o imóvel já com dívidas. Uma unidade hoteleira com 22 quartos e naquele local nunca poderia ser de 5 estrelas porque essa classificação exige um ratio empregados/quarto de 0,9 (elevado) para assegurar os serviços inerentes à categoria o que, economicamente, nos dias de hoje, é inviável. Qualquer gestor de terceira linha sabe disso. É chique ter um hotel mas a sua operacionalidade custa muito dinheiro. Muitas zonas deste País, nomeadamente Lisboa, têm uma oferta irrealista de camas superior à procura. Depois é claro que se assiste impavidamente ao esmagamento de preços. Cinco estrelas a fazerem preços de 3, 4 de 2 estrelas, para conseguir uma ocupação razoável. Quanto às dividas, o Estado deveria garantir o seu pagamento, patrocinar a formação de uma empresa cujos sócios seriam os trabalhadores que, superiormente guiados por um gestor do Instituto de Turismo explorariam a Unidade Hoteleira por um mínimo de anos, mediante uma renda a pagar ao Estado.Luís Gonçalves