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A pista de automóveis que fez brilhar os olhos do menino Paulo Caldas

A pista de automóveis que fez brilhar os olhos do menino Paulo Caldas

O presidente da Câmara do Cartaxo aproveita o Natal para estar com a família

A figura do Pai Natal fez parte do imaginário infantil do presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Caldas que aos cinco anos recebeu a mais mágica de todas as prendas: uma pista de automóveis. Ana Santiago

Tinha cinco anos. O Pai Natal deixou perto da chaminé uma pista de automóveis que fez brilhar os olhos do então menino Paulo Caldas, hoje presidente da Câmara Municipal do Cartaxo. O dia em que desembrulhou essa prenda mágica continua bem marcado na sua memória. “Foi um presente que partilhei depois com o meu irmão gémeo, Alexandre, e com o Quim, um grande amigo”, recorda. Paulo Caldas nasceu em Moçambique há 37 anos, mas as primeiras memórias do Natal são já de Vila Chã de Ourique, uma freguesia do concelho do Cartaxo, para onde foi viver com a família aos três anos de idade. As recordações são de um Natal em família envolto em músicas da época e na expectativa da chegada do senhor de barbas brancas. Recorda com carinho o tempo em que o avô materno ia com os dois gémeos – Paulo e Alexandre Caldas - comprar o famoso queijo da ilha à loja da D. Cristina, em Vila Chã de Ourique, para ter à mesa na ceia de Natal.Paulo Caldas diz que teve o privilégio de ter várias casas de Natal onde se vivia a tradição. Entre Vila Chã de Ourique e Cartaxo. Apesar da separação dos pais sempre conseguiu viver o espírito natalício de forma partilhada. “Tenho uma mãe espectacular que sempre geriu tudo muito bem”, explica. “Mas também tive a sorte de frequentar um jardim-de-infância onde houve sempre muito carinho”.Hoje o Natal é sinónimo de festa de família com visita à aldeia da Maçussa, concelho de Azambuja, onde vivem os familiares da esposa, com passagem em casa do pai e da mãe e dos familiares mais próximos. Valoriza sobretudo o encontro das gerações. “O Natal é com a família. A passagem de ano com os amigos”. Mesmo em férias a vida é atribulada e é normalmente nesta época que consegue ter mais tempo para estar com a família. Não perde a cabeça por doces, mas por esta altura os excessos são incontornáveis. O arroz doce é obrigatório na mesa. “Costumo abusar no rolo, aquele que é feito em Vila Chã de Ourique pelas senhoras da terra”, confessa. As filhós e coscorões também se juntam à festa, entre outros doces típicos da quadra. O bacalhau com couves, como manda a boa tradição portuguesa, está presente. Tal como o peru, leitão e outras carnes. “Nesta altura do ano eu e a minha mulher aproveitamos para comprar presunto”. A preparação dos pratos fica por conta da família. Paulo Caldas é apenas provador, mas confessa que não é esquisito. “Gosto de tudo. Não rejeito qualquer tipo de comida”.A tradição de esconder os presentes de Natal mantém-se. Não se considera materialista, mas não abdica de trocar algumas lembranças, que muitas vezes são artigos para a casa. Na altura do Natal faz questão de almoçar com os 480 colaboradores da autarquia e com os filhos até aos 12 anos. Os bombeiros e as forças de segurança (PSP e GNR) também são convidados para um almoço natalício. “Já o fazemos há oito anos. É uma forma de agradecer a contribuição de pessoas que por vezes não podem estar junto das famílias nesta altura do ano”, explica. Também o deveríamos fazer junto das escolas e com os profissionais da área de saúde, admite.Paulo Caldas já vestiu várias vezes a pele do Pai Natal. Para a filha e para o sobrinho. Até aos oito anos acreditou nessa figura que concretiza os sonhos. A filha ainda mantém essa magia e por isso o presidente da câmara baixa a voz, ao telefone, para não desfazer o encantamento. “Está aqui uma menina que ainda acredita no Pai Natal”.O ano em que o Natal chegou mais cedoEm 1999 o Natal chegou mais cedo à casa da família Caldas, no Cartaxo. A pequena Sofia nasceu no dia 24 de Novembro e trouxe alegria um mês mais cedo que o costume. Paulo Caldas já estava casado e vivia num apartamento do centro da cidade. A menina dos olhos de Paulo e Catarina Caldas tem hoje 10 anos. “A família uniu-se em torno da bebé que tinha apenas um mês”, diz com orgulho o pai, presidente da Câmara Municipal do Cartaxo.Em casa da família a árvore de Natal não é natural, como nos tempos de infância dos pais de Sofia, mas artificial até porque a menina é a primeira a lembrar que outros valores mais ecológicos se levantam, como a necessidade de evitar a destruição das árvores. “Nestas matérias sou um aprendiz por completo. A minha filha está a anos-luz em termos de sensibilidade ambiental”. O pinheiro, decorado com a ajuda da filha, fica a enfeitar a casa até ao dia de reis, em Janeiro, como manda a tradição.
A pista de automóveis que fez brilhar os olhos do menino Paulo Caldas

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