Santarém está entre o grupo de municípios de vários pontos do país que admitem regular de uma forma mais efectiva a publicidade nos centros urbanos, nomeadamente no que respeita aos outdoors politico-partidários. Em Santarém, o novo regulamento deverá ser aprovado em Janeiro para passar a ser aplicado em Fevereiro ou Março, disse o presidente da câmara, Francisco Moita Flores (PSD), citado pela Agência Lusa. “Introduzirá muitas limitações à publicidade” em locais estratégicos de Santarém, prometeu o autarca que lamentou o facto de a publicidade se ter transformado “na maior poluição das cidades”.Por seu turno, o politólogo Pedro Magalhães, disse desconhecer qualquer estudo português sobre a real eficácia dos cartazes eleitorais e defende que nem os partidos sabem se esse tipo de mensagem resulta. “Os partidos não sabem se traz vantagem, mas se os outros colocarem e eles não, perdem em notoriedade e visibilidade, pelo que acabam por entrar nisso. Mas, para os grandes partidos, o efeito final é capaz de ser nulo”, observou. O problema subsistiria, porém, para as pequenas formações partidárias, com menor acesso aos media, concluiu.Já Rui Berkemeier, da organização ambientalista Quercus, diz ser “óbvio” que a publicidade e a propaganda eleitoral sobre a forma de outdoors deve restringir-se “em sítios mais sensíveis”.No caso dos outdoors comerciais, João Carlos Oliveira, antigo presidente da Associação Portuguesa Publicitários, adverte que uma restrição generalizada do seu uso acabaria por ter reflexos negativos para as próprias autarquias, em termos de perda de taxas. Segundo o publicitário, há autarquias que cobram metade do custo global do outdoor.