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Empolgante Manuel Serra d’Aire

Pelo sim pelo não, este ano não vou beijar os pés do Menino Jesus na Missa do Galo. Depois do que alguns padres disseram acerca do risco de se contrair a Gripe A por oscular imagens onde muita gente mete os beiços, dou por finda a minha participação nessa promiscuidade de fluidos. Este ano vou ficar à beira da fogueira no adro da igreja, a partilhar umas garrafas de Porto pelo gargalo com o resto da rapaziada. Porque com o álcool não há vírus que resista. Nem o da gripe suína ou A, ou lá como é que ela se chama. Quanto aos beijos vou reservá-los para outra ocasião e não serão certamente dados nos pés de alguém. Entre rabanadas e coscorões quero daqui enviar a minha mensagem de solidariedade aos polícias que foram retirados do remanso das secretarias para a rua nesta época natalícia. Uma medida de grande insensibilidade, precisamente numa altura do ano em que chove e faz frio. Qual é o criminoso que se intimida ao ver uma patrulha composta por veteranos simpáticos fardados de polícia? E quem é que fica a fazer o serviço nas secretarias? Os putos saídos da escola de polícia? Será através de um call center? Mistério!!Outro mistério desta quadra é o dos presépios minimalistas que vão sendo feitos por aí sem respeito pelas tradições religiosas mais arreigadas. Presépios sem burros e vacas, como acontece na Chamusca e em Ourém, é como a Assembleia da República sem deputados. Que raio deu na cabeça destes autarcas? Andará aqui mãozinha da Associação Animal, agora que estamos no defeso da época tauromáquica e não têm nada para fazer? Eu, que sempre pugnei pelos direitos dos burros e das vacas (aliás não imagino o mundo sem eles), sinto-me indignado com esta pérfida discriminação autárquica que não augura nada de bom. É sempre assim que as coisas começam. E um dia destes vamos ver um presépio com o rei mago preto substituído por uma imagem com farta cabeleira loira e olhos azuis vestindo uma camisola da selecção sueca.Nesta época natalícia é ainda de registar o gesto solidário do novo presidente da Câmara de Ourém, Paulo Fonseca (PS), que não deixou o seu antecessor Vítor Frazão (PSD), agora vereador da oposição, usar da palavra numa sessão da assembleia municipal por o mesmo, segundo explicou numa entrevista, “ter tendência para o suicídio verbal”. Admirável o altruísmo desta autêntica madre Teresa de Calcutá da política. Os deputados que se degladiam na Assembleia da República que ponham os olhos nele. Há lá melhor que a lei da rolha para impedir suicídios verbais. Saudações natalícias do Serafim das Neves

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