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Câmara de Torres Novas formaliza adesão à Águas do Ribatejo

Processo vai permitir um investimento de 32 milhões de euros nas redes de água e saneamento do concelho

Presidente da autarquia diz que com esse passo a autarquia fica liberta para canalizar investimento para outras áreas.

A adesão da Câmara de Torres Novas à empresa intermunicipal Águas do Ribatejo foi aprovada no dia 17 de Dezembro em reunião extraordinária do executivo, com o voto contra do vereador do PSD João Sarmento. Na declaração de voto apresentada pelo vereador, este afirmou que na perspectiva do PSD não se encontram vantagens objectivas em integrar a empresa que integra actualmente seis concelhos da Lezíria do Tejo – Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche e Salvaterra de Magos. “Em termos de benefícios para o nosso concelho não existem investimentos na melhoria do sistema de saneamento e abastecimento de águas”, observou o vereador.João Sarmento referiu ainda que o município cede a estrutura ligada às águas e saneamento “que detém um património, que gera receitas e que possui clientes”. Destacou assim que “o valor atribuído a esse negócio é manifestamente insuficiente em virtude das receitas geradas e do valor estratégico do produto água”.Em resposta, o presidente do município, António Rodrigues (PS), declarou-se “estupefacto” com os erros técnicos expostos pelo vereador da oposição na sua declaração de voto, afirmando que o documento foi feito “com base numa leitura errada” da proposta de adesão apresentada.No início da sessão, António Rodrigues esclareceu que a proposta de adesão à Águas do Ribatejo salvaguarda a “coerência” de há 10 anos ter decidido passar “essa competência a privados”. De seguida, explicou as razões que levaram o executivo a rejeitar outras hipóteses, destacando as vantagens de aderir a uma empresa intermunicipal. Salientou que as empresas intermunicipais podem aceder a apoios comunitários, os tarifários são mais reduzidos e a adesão permitirá ao município libertar-se para outros investimentos. A Câmara de Torres Novas vai deter 25,3 por cento do capital social da empresa, num processo que promoverá um investimento de cerca de 32 milhões de euros no concelho”, destacou. Apesar de ter votado a favor, o vereador Carlos Tomé (CDU) também se manifestou a respeito de vários pontos da proposta, referindo que “esta é uma das deliberações mais importantes dos últimos 16 anos”. O porquê do património das áreas de abastecimento de água e saneamento básico ser inserido no capital social da Águas do Ribatejo e a necessidade de se ter discutido com mais antecedência a proposta foram alguns dos temas em debate. Carlos Tomé concluiu que além de manter a água no domínio público, é “fundamental” que no futuro não se continue a pensar que o município pode resolver tudo sozinho, salientando como solução a “intermunicipalidade”. Aprovado na quinta-feira, o tarifário proposto apresenta várias reduções. António Rodrigues notou, no entanto, que não pode garantir que o preço da água não suba. Conforme expôs, este é “um bem cada vez mais escasso” e terá que ser mais caro. Com a adesão do município à Águas do Ribatejo, os funcionários da câmara que trabalham nesses sectores vão poder optar. Os que entenderem integrar a nova empresa vão auferir de um aumento salarial de 12,5 por cento, mantendo as regalias. E podem voltar, se assim o desejarem, aos quadros da autarquia.

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